Adoro dias cinzentos. Já nem me refiro à minha intensa atracção pela chuva, porque dessa já houve pano para mangas. O céu negro é de uma beleza que me conforta, quando há menos luz e nos refugiamos à procura de algum calor, onde se denotam melhor os contrastes, os contornos. Não sei se por reflectir o meu lado mais soturno, de me deleitar em alguma melancolia, se por ter nascido no mês das primeiras chuvas e dias… assim. Acalmo. Gosto da sombra, da pouca claridade que esconde os defeitos e nos permite deambular livremente, mais confiantes no derreter de certas loucuras porque menos visíveis. Gosto do frio por implicar a busca daquilo que nos aquece, mais do que aquele calor que surge sem sequer nos perguntar se o queremos. Gosto das nuvens pelo mistério que envolvem, pelos abismos que escondem, como se em nosso redor existisse apenas o que conseguimos ver.
E [se calhar] porque sei que dentro em breve o sol volta a espreitar.
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