Os cumes dos meus amados montes já tiveram melhores dias. A ideia de alguém me chupar, sugar ou morder os mamilos leva-me rapidamente às lágrimas. Mais que intumescidos, sanguíneos, doridos e hipersensíveis castigam-me pela latente ineficiência parideira. Bem sei. Soltam pequenos resquícios epidérmicos em protesto e lamento, fazem um ar de coitadinhos e ainda se empinam a pedir atenção. Ficam erectos por dá cá aquela palha, num triste aceno de protagonismo e anseiam pelo toque, mesmo implicando dor.
Já lá vai algum tempo desde que constatei a autonomia do meu corpo. Inúmeras vezes se manifesta por livre iniciativa, sem esperar sinais ou ordens superiores. Tem vontade própria, sua excelência, capaz de ruborizar os mais incautos. Desde cedo aprendi a fazer cedências, a levá-lo com jeitinho, a desenvolver com ele uma relação diplomática, com algum… tacto, vá lá. Mas a este ponto de independência imperativa, nunca.
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