quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Fiéis são os cães
Diz Fernando Alvim que a fidelidade lhe dá tesão. Manel Cruz diria que o amor lhe dá tesão. Pois em que ficamos? A fidelidade dá-se bem com o amor, até a infidelidade se dá bem com o amor. A fidelidade e o desejo é que nem por isso. Pelo menos o desejo clandestino. A carne pela carne.
Diz-me fonte próxima e fidedigna que fiéis são os cães e, portanto, não existem pessoas fiéis. Como refere o Alvim, a fidelidade começa a ser tão rara que dá tesão. Acredito bem que sim, posso até entendê-lo, especialmente quando nos encontramos num período de inebriamento romântico em que tudo é perfeito, único e eterno. Mas até nesses momentos há choques de realidade que mantêm a luz acesa. Cada vez mais é uma treta o juramento de fidelidade, até porque se começa a sentir um suave consentimento assistido nas relações. Ninguém poderá pôr a mão no fogo por ninguém, nem por si mesmo e, portanto, mais vale sermos honestos desde o início. Não sei porque carga de água se leva isso tão a sério, embora seja o suficiente para acabar com o castelo que eventualmente se construiu antes. No fim de contas ficamos assim. Eu sei que tu e eu sabemos como é, mas está tudo bem desde que tu não saibas nem eu. A monogamia não vem no manual da biologia. Deve vir noutro...
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1 comentário:
como sempre nao há regras. e como sempre, quanto mais os terrenos sao pantanosos, mais é necessário confiar. o amor tem tantas facetas.
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