quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Parabéns!

Não tivesses querido ir antes da hora que te estava marcada e terias feito ontem 71 anos. E as saudades que tenho só de imaginar como seria beijar-te a testa - ritual que cumpríamos em todas as despedidas... Saltamos as ondas do mar. Depois alomoçamos no jardim. Dormes uma sonora sesta, perdão, descansas os olhos um bocadinho. Ofereço-te uma dentada do meu gelado, para chatear, de um trago, levas-me metade, tudo bem, até acho piada. Hora de jantar. Baixas a cabeça para te beijar a testa. Sorrimos. Segue cada um para sua casa na esperança do reencontro no dia seguinte às primeiras horas da manhã. Apetecia-me abraçar-te.

Um beijo. Saudades.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Na presença da tua ausência

Sentir saudades. Sentir a falta de alguém/algo de que precisamos. Nem que seja por puro vício ou solidão. Os dias pesam, são fardos até perante os cenários mais apetecíveis. Provavelmente, e principalmente, por eles, queriamos aquela pessoa ou aquela coisa connosco para partilhar tudo aquilo. Basicamente tudo deixa de fazer sentido se não for partilhado. De que vale uma bela paisagem, um saboroso prato ou um aconchegante banho se não o pudermos dar a provar também? O prazer só se torna completo quando alguém/algo o complementa. Ou porque acrescenta algo mais ou porque sabe exactamente do que estamos a falar, a sentir.

Parece-me que é das dores de maior prazer. O sofrer pela ausência, a ânsia de rever, provar e todo o corpo se rebela a reivindicar uma necessidade, uma luxúria. Por isso salivamos por um chocolate, por isso choramos por alguém que perdemos, por isso humedecemos por alguém que desejamos. Cedemos às maiores lamechices ou ao cúmulo de caminhar kilómetros por um Ovo Kinder.

Agrada-me este masoquismo. Fantasio o momento em que aquilo por que tanto esperei se concretizará. E a verdade é que a vontade de me ter nua nos teus braços - e que me impelia a escrever - me fez desaguar em algo bem maior... a partilha. Porque até na aparente e fugaz necessidade da junção de dois corpos, há aquilo que o transcende... a partilha.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Curtas [12]

Fomos. Ficámos. Voltámos. Resistimos, enfim, aos ventos que já foram fortes, às águas que outrora nos gelaram o coração. Sabemos dar mais do que pensamos, afinal... Mais do que dá uma "amor dos homens". Que o tempo parasse e pudéssemos ficar assim. Por muito tempo.

domingo, 24 de agosto de 2008

Dá-lhe tempo

Persistência da memória, Salvador Dali
Há um ano, por estas alturas ia-me o peito em cacos. O sabor do reverso da medalha. A confusão. O porquê. O medo. Da solidão. A promessa de não o provar tão cedo e de partir para outras cores.

Muitas voltas depois, serena-me a vontade de continuar a mergulhar no desconhecido. Só naquela... de ser feliz.

Amo-te, Quero-te, Preciso-te... Telefono-te


Just the way you are, Diana Krall

sábado, 23 de agosto de 2008

Volta a so(u)ar

Lira volta a dar um arzinho de sua graça. Na terrinha há banda larga, glória a vós senhor.

Amanhã é novo dia, nova labuta que dói o triplo quando tudo à minha volta arrasta os rabos carregadinhos de fazer-nenhum e bronzes à estou-mesmo-gira-com-a-marca-do-biquini-na-clavicula.

Estou-me marimbando para vocês, ó... Deus me conserve este ar pálido e olheiras fundas de cravar as vistas nas letras da sabedoria.

E com esta me vou.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Vrrrrrrrrrrrrrrrrrrruuuuuuuuuummmm...

Aqui vamos nós. Eu e tu. Nunca pensei que fôssemos capazes. Pronto... que aguentasses tanto tempo para que fosse possível apanharmos sol juntos. Trago uma "data" de jogos para nos entretermos, vá... Que venham Vicentes, Antónios, Martins ou outros e tenhamos [pelo menos] a mesma alegria.

Gosto-te!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Em modo lagostim

Assim não se está mal, mas podia estar-se melhor. Momento de relax depois do banho. Os olhos ardem, tal foi a dose de sol que apanharam. A barriga e o peito queixam-se da vermelhidão e entre os pequenos montículos distingue-se uma ponte que os une, com não mais que 2 mm de largura. É... o Verão toca assim para os branquelas.

Ainda durante a tarde e de olhos postos no mar imaginou-se um jantar a dois, uma noite aconhegante e com o nascer do dia e depois das forças retemperadas, o regresso. Parece que não foi possível. Paciência. Pode ser que um dia...
Sem mais delongas passamos ao plano B: tomar um refresco em casa de amigos ao som das cores que pintaram o dia em que juntaram os trapinhos. E é isto... Até.

Respiração boca a boca

Entre mergulhos de letras, dei à costa com estas:


Os ventos favoráveis só protegem as embarcações com rumo.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Laços

Esta história dos laços é engraçada. Ainda estou a tentar perceber o que nos leva às amarras voluntárias, ao dizer "sim, sou teu e só teu". Signed, sealed, delievered, como dizia o Stevie.

Será que gostamos mesmo desse alguém, que depois passamos a amar ou criamos afinidades agradáveis, que fazem a vida a dois custar menos, mas que eliminem a solidão? Egoismo, instinto de sobreviência, pavor da solidão ou amor incondicional, inexplicável, químicas emocionais e cheiros animais de proliferação da espécie?

Parece-me que dissecar assim tanto o amor perde-lhe a magia e, portanto, não me alongo. A verdade é que, mais cedo ou mais tarde, procuramos ninho, macho que nos proteja e prole para criar.

Se nos movem pormenores de sensualidade que estão "no intervalo entre a luva e o começo da manga", o que vivemos é por demais intenso e especial no que toca aos laços. Dure o que durar, há que saltar.


Signed, sealed, delievered, Stevie Wonder