terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ainda nas festividades...

Se calhar estou a ser um bocado Velho do Restelo, mas aproveito que aqui estou e escrevo por atacado que me sai mais barato, para dizer que a comemoração do Ano Novo também não me faz grande sentido. Com os amigos saímos até o dia raiar umas boas dezenas de noites por ano, por isso, qual é a diferença, ser dia 1 do 1 quando vamos deitar-nos? Tsc... Quanto à família lá para as 22h e tal já se encosta no sofá a marcar uns golos de cabeça até os despertadores dos telemóveis assinalarem que faltam 2 minutos para a meia noite e, portanto, é hora de se cumprir o ritual da divisão das passas. O champanhe, pronto, não é coisa que se tome todos os dias, mas também de espumante a champanhe ainda vão uns quantos euros...
É, Lira, respinga lá, vá! Chama-me azeda a ver se 'ma rala.

Antecipações

Já não tarda a noite de juntar a família. Aquela altura do ano em que nos vemos todos e sorrimos muito, amarelecidos, porém, pelo tempo e rancores vários que teimam em não nos largar ou que mais ou menos conscientemente decidimos nunca deixar pelo caminho. Não gosto desta altura do ano e quanto mais anos passam, menos gosto. É cheia de bolsos que se esvaziam e de sentimentos pouco verdadeiros que oferecemos aos outros com pancadinhas nas costas que acompanham o "Feliz Natal! Que tenhas tudo de bom!".
Lá em casa é uma tensão louca todos os anos. Acordamos sempre com os pés de fora ao 25. Provavelmente porque nenhuma das três se conforma com a família de gestos plásticos e fabricados, que o resto do ano quer lá saber do que se passa em casa de cada um. Um trivialidade o que acabei de escrever. Talvez. Não acredito que haja uma família, uma única, em que não se viva com sentimentos como estes a povoar estas festividades. Chateia-me mais ainda sabermos isto há uma data de anos e continuarmos todos os anos a reunir uns com os outros à volta de uma mesa estupidamente farta. A sorte é que quanto mais anos passam, menos me chateiam se me embebedar. Que não vos pese muito o Natal, são os votos que aqui deixo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Geração assim-assim

Eu pertenço a uma geração desiludida e absolutamente frustrada. Uma geração de excelentes alunos que viram morrer sonhos que pareciam tão próximos. Alunos aplicados, interessados, inteligentes e trabalhadores que saíram da escola com médias fantásticas para cursos que escolheram mais ou menos. O leque era imenso, a vocação e as certezas tão mínimas. Eu pertenço a uma geração de jovens que seguiram Medicina porque podiam, não tanto pelo objectivo de uma vida. Eu pertenço a uma geração em que os menos marrões não eram menos inteligentes, mas aos quais as portas, menos generosas, não se abriram. Uma geração que foi apalpando caminho na escolha de uma profissão que se revelou, provavelmente, errada, também porque não se encontrou outra alternativa. Alternativas que, no fundo, desaguaram no ensino, nos estágios não remunerados, em atendimento ao balcão e funções banais pagas abaixo do ordenado mínimo. Eu pertenço a uma geração que não é feliz no que faz e que se arrasta a cada dia pensando na força que tivera um dia, nos planos que idealizara e da alegria que tinha enquanto estudava. Uma geração que preferia regressar a esse tempo e ter percebido o que correu mal (se é que correu) ou simplesmente permanecer nessa página só para saborear melhor o enredo. É que o desfecho é insípido e triste para a maioria e brilhante apenas por sorte.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Afinal pode ser simples?



Valem bem a pena estes 9min e 2seg!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Auto-análise

E como não podia deixar de ser, aqui fica, mais uma vez, um resumo das pesquisas que trazem visitantes ao nosso ninho. Não resisti a assinalar as minhas preferidas. É digno de apontamento, vos digo: perdura o clássico das prenhas e sua relação com o sexo, a querida da Savita, uma michel mouton perdida mas que faz sexo também, outros que vêm para aqui a pé e outras pérolas que - vá-se lá saber porquê - fazem a maltinha vir cá parar.

Num Perc. Search Term
22 18.64% mulheres prenhas a foder - o clássico
4 3.39% sexo com prenhas
3 2.54% e de mãos dadas os amantes cada vez mais se aproximam do paraíso
3 2.54% sexo com mulheres prenhas
2 1.69% savita bhabhi historia on line
2 1.69% minhamtria
2 1.69% mulheres prenhas
2 1.69% são muitos anos a virar frangos - isto parece ser interessante...
2 1.69% sexo prenhas
2 1.69% desenho savitha
2 1.69% michel mouton faz sexo - coitada, também tem direito!
2 1.69% quirologia-delfina mata - perigosa, a delfina
2 1.69% gajas prenhas
1 0.85% o governo de são paulo suspendeu ontem duas pensões pagas a maitê proença, que - a maitê? aqui?
1 0.85% so girlie
1 0.85% tintas para casco de coco - dá muito jeitinho
1 0.85% não posso ficar contigo
1 0.85% dança tu que eu fico assim
1 0.85% gaija mais bonita do mundo
1 0.85% libidinosas
1 0.85% vim para aqui a pe - melhor que nada!
1 0.85% boletim meteorologico frança 10 dias - não me parece que conste cá, mas é uma questão de espreitar
1 0.85% desenho do gongues - gongues, não conheço. Só o rapaz do "gongue"
1 0.85% ratas rapadas - impecável...
1 0.85% invasão tecnológica
1 0.85% a invasão tecnologica
1 0.85% desenhos je lookme
1 0.85% dizeres romanticos
1 0.85% a gaija mais bonita do mondo
1 0.85% desenho savita
1 0.85% ho voglia di te - resumo
1 0.85% me deixa sim mas so se for pra ir ali
1 0.85% qual é a tensão do som - não faço ideia
1 0.85% quero mijar, agora quero mijar musica
1 0.85% tratado de paz resumo
1 0.85% banda sonora de forse dio è malato
1 0.85% casa de osso
1 0.85% tomo conta desta tua casa impropria para amar
1 0.85% cosmocópula - parece bem
1 0.85% materia sobre o retorno da infancia - deves ter ficado desiludida(o) com o que encontraste
1 0.85% dona de casa exemplar
1 0.85% piranha baby
1 0.85% rebanadas,sonhos - rebanadas desconheço
1 0.85% me deixe sim, mas só se for pra ir alie pra voltar.
1 0.85% clinica look me
1 0.85% prenhas sexos.com
1 0.85% saudade o revez do parto
1 0.85% michel mouton
1 0.85% como uma mulher pode ter uma voz fino poar mulher - perdão?
1 0.85% remover cola de contato dos dedos - olha, tá boa!
1 0.85% sensação do orgamos - orgamos também desconheço, mas cheira-me que é assunto a pesquisar
1 0.85% pecado de comiseração
1 0.85% procura-se informações sobre a mulher mais bonita do mundo
1 0.85% o que é bhabhi ?
1 0.85% wwwmulheres bonitas sexis.com
1 0.85% prenhas fudendo - cá está mais um caso que dói...
1 0.85% quanto mais brilha a tua luz, mais apagado eu fico
1 0.85% mas nao sou beata me
1 0.85% frases eu nao esperava
1 0.85% sigo o teu nome por estradas velhas, persigo-te assim
1 0.85% dança tu que eu fico assim hoje nao me recomendo
1 0.85% sexualidade de malato
1 0.85% eu não quero ter o tejo
1 0.85% savita bhabhi
1 0.85% desenho animado the tantas
1 0.85% a rodovia mais bonita do mundo - isto interessa?
1 0.85% prenhas fazendo sex
1 0.85% mulher prenhas fazendo sex
1 0.85% beijo - jorge sena
1 0.85% rodrigo leao
1 0.85% chamo me te vim para aqui a pe - zé conheço, te não
1 0.85% cosmocpula - também não estou a ver...
1 0.85% amo-te e quero te de volta
1 0.85% me deixe aqui mas so se for para ir ali e ja voltar
1 0.85% queria escrever qualquer coisa, mas só me sai que te adoro.
1 0.85% desenhos animados da cadela marta em portugues - quem é essa ordinária?
1 0.85% talk about aborto
1 0.85% quanto mais tu brilhas mais eu fico apagado
1 0.85% o que é a comiseraçao
1 0.85% querido avo
1 0.85% mulheres mais bonitas potuguesas erotias gratias - ora essa! não tem nada que agradecer!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

These boots are made for walking and that's just what they'll do one of these days these boots are gonna walk all over you

Com a voz de Maria de Medeiros. Tãããão bom! Cheira taaaanto a Pulp Fiction! Não?

Errr... Sim, confesso.

Este tributo também é para mim.

Ainda os minaretes

Não. Não me cabe, aqui, hoje, fazer trocadilhos sexuais. Confesso que me encontro dividida entre as duas facções da discussão, no entanto, faz-me uma terrível alergia pensar que ainda persiste a triste ideia de Gastarbeiter, como refere a Leo. E portanto, perdoem-me os mais nacionalistas, mas, para mim, a Heimat não é apenas de quem lá nasceu. Entendo que possa ser estranho termos que nos deparar com certos parâmetros estranhos à nossa cultura, sejam eles a língua, práticas religiosas, hábitos, culinária e até... estilos arquitectónicos. Mas a tolerância, a diversidade e o respeito intercultural não podem ser só conceitos bonitos pregados quando mais convém, porque caem que nem uma luva nas teorias antropológicas de um mundo feliz e igualitário. Quero acreditar que, neste caso, é uma teoria perfeitamente prática. Concordo com os cidadãos do mundo e entristece-me que alguns sejam enaltecidos quando contribuem para a riqueza nacional e apontados quando tentam apenas ser eles próprios. A descriminação pode ter muitas formas, até sob o pretexto de minaretes ofensivos ao panorama arquitectónico nacional. Se calhar, a nossa doença é só uma: bipolaridade. E até essa se trata, desde que assumamos que a temos.

Bons, bons velhos tempos



"Nasce o sol
Nasce a esperança
Espalhada no calor
Com a voz de uma criança
Simbolizando o amor
Nasce a lua
Nascem estrelas
Vagueando no luar
São crianças caravela
Rasgando o céu a cantar
Como é bom cantar com o sol a ouvir
Como é bom dançar com a lua a sorrir
Quero ir na dança, quero ser criança!"

O (re)Tratado


Simplificar o funcionamento das instituições, aproximar a União Europeia dos cidadãos, torná-la mais forte. Então, mas... não era esse objectivo dos tratados anteriores? Aliás, apraz-me dizer que não haverá melhor maneira de minimizar a caduca problemática do défice democrático do que aprovar um Tratado sem referendo! É certo que os portugueses se estão marimbando para se pronunciarem face a questões nacionais, quanto mais a questões europeias que não fazem a mínima ideia do que são. Mas este não é, de todo, o método.

Sem grandes delongas acerca do que me parece uma repetida, excessiva verborreia escrita e oral, causou-me alguma náusea a opulência do evento. Sim, a mim cidadã e contribuinte europeia, de quem a UE se quer aproximar...

Não percamos a esperança. Pode ser que seja desta e Lisboa personificará a cidade onde as boas intenções foram, finalmente, levadas a sério. Fica um ponto positivo, até porque nos brindaram com Rodrigo Leão. Sempre vamos embalados nesse pseudo-optimismo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

Guardo o sabor. A mel e a fel.

Sinto muito
Mas não vou medir palavras
Não se assuste
Com as verdades que eu disser

Quem não percebeu
A dor do meu silêncio
Não conhece
O coração de uma mulher

Eu não quero mais ser
Da sua vida
Nem um pouco do muito
De um prazer ao seu dispor

Quero ser feliz
Não quero migalhas
Do seu amor…
Do seu amor…

Quem começa
Um caminho pelo fim
Perde a glória
Do aplauso na chegada

Como pode
Alguém querer cuidar de mim
Se de afeto
Esse alguém não entende nada

Eu não quero mais ser
Da sua vida
Nem um pouco do muito
De um prazer ao seu dispor

Quero ser feliz
Não quero migalhas
Do seu amor…
Do seu amor…

Não foi esse o mundo
Que você me prometeu
Que mundo tão sem graça
Mais confuso do que o meu

Não adianta nem tentar
Maquiar antigas falhas
Se todo o amor
Que você tem pra me oferecer
São migalhas, migalhas...

Eu não quero mais ser
Da sua vida
Nem um pouco do muito
De um prazer ao seu dispor

Quero ser feliz
Não quero migalhas
Do seu amor…
Do seu amor…

Sinto muito
Mas não vou medir palavras

Sinto muito…



Erasmo Carlos

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tendências capilares

Apraz-me aqui falar-vos daqueles senhores carecas, que puxam uma madeixa de cabelo lateral para tapar a dita. Hoje fui ao cabeleireiro e lá estava um desses senhores a arranjar a sua cabeleira lateral. Após rápido corte, afianço-vos que ficou 30 minutos frente a um dos espelhos a realizar esta operação que, ao que parece, tem muito que se lhe diga! Apressou-se a resgatar um pente e laca e lá estava ele, com todo o cuidado, a colocar pacientemente, cabelo a cabelo, a acompanhar o escalpe calvo não sem deixar algum volume. É que assim, até parece mais natural!

Pois é...


Por mais discussão que haja sobre as mulheres e o sexo, o básico é exactamente isto. Tudo muito certo quanto ao facto de as mulheres conhecerem o seu corpo e saberem aquilo que querem. Mas verdade, verdadinha é que muitas andam por aí bem mal comidinhas - e pior - sem o saberem. Se toda a vida comemos banana, nunca vamos saber se gostamos de pepino (isto para usar uns alimentos fálicos, que sempre tem mais piada) e quando pensamos que até andamos satisfeitas, se calhar, não é bem assim. Daí, a minha humilde teoria de que mulher nenhuma se deveria prender a um homem sem conhecer outros. Na cama, claro. Não pela quantidade, porque isso não interessa nada, mas pela variedade, pelo conhecimento do sexo, do homem e da mulher. Conhecer o melhor, o pior e o diferente.

Outra verdade, verdadinha é que anda para aí muito macho que se está nas tintas para o prazer da mulher. Faz o que tem a fazer para provocar algumas humidades na ala feminina e sigam 2 ou 3 contorções para o assunto estar despachado. Sim, porque o que lhes interessa é um orgasmo e ponto final. Quando uma mulher até sente algum prazer nessa estimulação, tem um leve vislumbre do que é a satisfação sexual, chegando a uma cega conclusão de que o sexo e o prazer... é aquilo.

Mostrava-se, minha querida avó, muito indignada com essa prática do sexo oral nas mulheres, vulgo cunnilingus. "O quê? Ai que horror e não há-de cheirar mal! Mesmo a sério que fazem isso?" Eu não resisti a dizer "Avó, não sabes o que perdes...". OK, são gerações diferentes, mas a base destas ideias ainda está muito enraizada nas mentes de hoje. Prova disso mesmo, é o crescente número de raparigas que iniciam a sua vida sexual pelo sexo oral nos rapazes, que lhes pedem. Nem vale a pena mencionar que o contrário não se pratica. Não se põe sequer em causa que a própria mulher não tenha prazer em fazê-lo - existirão excepções, claro - mas, mais uma vez, é o prazer do homem que vem sempre em primeiro lugar.

Sim, lá estou eu a falar de sexo, mas parece-me que ainda existem muitas ideias preconcebidas que devem ser rejeitadas, repensadas e alteradas. Gostava de o conseguir passar à minha filha da maneira correcta, para que ela tenha respeito pelo seu próprio corpo, aliado a uma mente aberta que a permita não ter vergonha de reclamar o seu próprio prazer, enquanto mulher.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ao casamento gay



GIRLS WHO ARE BOYS
WHO LIKE BOYS TO BE GIRLS
WHO DO BOYS LIKE THEY'RE GIRLS
WHO DO GIRLS LIKE THEY'RE BOYS
ALWAYS SHOULD BE SOMEONE YOU REALLY LOVE - E é o que basta!

Instinto maternal VS Retorno à infância

É só uma teoria, mas dei comigo a pensar que ser mãe é basicamente como brincar às bonecas. É que é mesmo divertido! Ora vejamos, temos um Nenuco em tamanho real que não precisa de pilhas. Chora, ri e palra por sua iniciativa e não quando premimos o botão. Damos-lhe a papinha, mudamos a fraldinha e vestimos e despimos roupinhas muito giras para o embonecar. E é sempre entusiasmante porque nunca programamos o que vamos fazer a seguir, ele tem mesmo vontade própria, não se limita a estar ali de boca aberta e corpo estático com um som a vir-lhe de dentro "Mummy, mummy I love you".

Será, então, que o dito instinto maternal não passa de uma felicidade imensa de podermos retornar à infância, poder brincar às bonecas com esta idade, sem sermos recriminadas por isso? No fundo, as nossas fantasias de criança tomam forma real e aí, sim, sentimo-nos realizadas e felizes.

Não sei... Era só uma ideia...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Por isso a nossa dimensão, Não é a vida, nem é a morte



Mas não nos dão o animal
Que espeta os cornos no destino


[Letra: Natália Correia; Música: José Mário Branco]

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Do sentimento trágico da vida

Não há revolta no homem
que se revolta calçado.
O que nele se revolta
é apenas um bocado
que dentro fica agarrado
à tábua da teoria.

Aquilo que nele mente
e parte em filosofia
é porventura a semente
do fruto que nele nasce
e a sede não lhe alivia.

Revolta é ter-se nascido
sem descobrir o sentido
do que nos há-de matar.

Rebeldia é o que põe
na nossa mão um punhal
para vibrar naquela morte
que nos mata devagar.

E só depois de informado
só depois de esclarecido
rebelde nu e deitado
ironia de saber
o que só então se sabe
e não se pode contar.

Natália Correia

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

[...]

Não vinha a esta casa há já algum tempo. É curioso. Ela que me permite ser o que de mais verdadeiro existe em mim, tem-me afastado. Ao mesmo tempo. Não quero saber o que trago comigo de verdade? Não quero saber porque pode ser mentira? Não sei nada. Não quero saber é de nada. E este estado já não é de hoje. É mais fácil assim. Só que assim embargo a vida de outros que a querem seguir. Não deixo. Quero deixar, mas não deixo. Não quero deixar e, pouco a pouco, deixo. Lá vão eles. Lá vai ele, sem correr [porque quer ficar], mas a face está a tornar-se pesada. Vejo-o. Pediu-me já que o libertasse, que seja feita a minha vontade. Ama-me e, por isso, luta contra a necessidade de fugir para outro lugar. Amo-o e não sei dizer-lhe o que para nós será melhor. Dizia-me em tempos que o amor nem sempre é o bastante, fi-lo acreditar que sim. Devolve-me agora estas palavras e eu não sei o que hei-de fazer com elas. Que morra eu, se há-de morrer o amor.

A ouvir em repeat

Uma grande canção da Ópera do Falhado, obra do grande JP Simões e que muito gostaria ainda de ver. Aqui num tête-à-tête com Manuel João Vieira, não podiam estar melhor com fortes toques de um outro Chico, não se inpirasse a obra num outro Malandro.

A espreitar... Aqui neste sítio.

MJV - Isto é mais tipo Chico Buarque do que Tony de Matos, não é?

JPS - Chico de Matos.

Ninguém tinha planos
Aos 18 anos só tinha alucinações
Afeita toxinas
Narciso das esquinas
Das finas revoluções
De cabeça quente
Olhar insolente
Com fogo no ventre
A beber detergente com limão
Caiu nas linhas da palma da mão
Porque ardia a lua inteira
Lá à beira do portão

MNJ - Epá, tu lembras-te quando saltámos aquele camião pela rua abaixo e estava a passar a procissão?

JPS - Então não lembro, pá! O padre ficou entrevado, pá, coitado...

MJV - Bem feito! Então esse padre era um cabrão que andava lá a enrabar os putos da catequese!

JPS - Olha que isso de enrabar putos, pá, se bem me lembro tu também...

MJV - Isso é diferente, pá! Estava bêbado, isso é uma calúnia pá, isso é uma cabala!

JPS - Ah... cabala...!

Ninguém tinha dias
Só noites tardias
Vadias sem remissão
E a velha ansiedade
De incendiar cidades
E fugir na contramão
Pela madrugada
Amantes estafadas
Ainda contavam
Os sonhos medonhos e a aflição
De tantos medos sem explicação
Porque ardia a lua inteira
Lá à beira do portão

MJV - Ouve lá, não foste tu que te espetaste de carrinha contra a entrada da discoteca?

JPS - Olha que isso foi justiça poética! Então não te lembras que o cabrão do porteiro matou um puto à porrada? Então ris-te, ainda para mais...!

MJV - Os putos metem-se com quem não devem.

JPS - Eia... caralho, pá que fascista dum cabrão, pá! Fogo, tu tens futuro realmente...

MJV - Tu tens passado.

JPS - E eu tenho um passado do pior.

E crescia culto
Que o mal era adulto
Tal era o insulto
Do vulgo, do povo sem paixão
No desespero da evolução
Quando ardia a lua inteira
Lá à beira do portão

domingo, 1 de novembro de 2009

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Há que dizê-lo com frontalidade

Um dia destes deu uma reportagem na TV sobre os benefícios de se fazer o belo do xixi no duche, no sentido de poupar a água do autoclismo. Dizia a maltinha entrevistada que isso era nojento! "Alguma vez? Que horror! Vou agora fazer xixi enquanto tomo banho...!"

Eu apraz-me dizer como o outro "Quem nunca fez um xixi no duche que atire a primeira pedra". Quer dizer... fazê-lo no mar e nadar na própria mijadelazinha quentinha, até não está mal... mas no duche enquanto corre a água e vai tudo ralo abaixo já não!

Eu acho piada ao pudor das pessoas. A sério que acho. É tão medíocre e tão claro para o que de mais hipócrita há no íntimo de cada um, tão revelador face às coisas que realmente importam.

Já chegou!


Cá está ele. Escolhi o Miró.


O meu sling para transportar a baby girl, peitinho com peitinho, que é como se quer. Agora é que me vou pavonear em passeatas!

Fica aqui um obrigada à malta do Bebéboom pela atenção, amabilidade, paciência e rapidez.

Stand by

Paira uma dormência estranha, desconhecida. Apalpam-se, por isso mesmo, as reacções na sincera esperança de as saber ler correctamente e depois dar-lhes resposta. E que resposta? E para quando? O enevoado é ténue e o que parece pode não ser ou o que não é pode parecer. Daí a espera, que é mais seguro ficar no canto a observar até que tudo clareie e saibamos onde pisamos. Até porque, no fundo, é ensurdecedor o medo do irreversível, de não se voltar a alcançar aquilo que era. Tal e qual. E se assim for... como será? E querer-se-á? Aguardam-se as cenas dos próximos capítulos, a espreitar atrás do sofá que o desfecho pode ser menos duro ao corpo que ao coração.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Notícias

"Um colégio australiano proibiu os abraços e as demonstrações de afecto entre alunos de sexos diferentes. A ideia é dar um bom exemplo aos estudantes mais jovens" (Destak, 21/10/2009). E que belo exemplo...

sábado, 17 de outubro de 2009

Estado de deslumbramento

Podia aqui dissertar sobre os mais variados aspectos da Maternidade, desfazer-me em declarações lamechas e inúmeras descrições delicodoces desta aventura que é o puerpério, entre os pormenores da amamentação e a libertação sanguinolenta dos chamados lóquios. Os lugares comuns seriam certos, embora inteiramente válidos, diga-se. Importa que se assinale, sim, a imensa aventura que é ser mãe ou pai. Que se exaltem pequenos detalhes como meros sorrisos instintivos que derretem, encostar o ouvido e certificarmo-nos que respira, horas de contemplação de um rosto, o constante lamber da cria e a contínua surpresa: como é possível que algo assim tenha saído de mim, em tamanha perfeição, sem o mínimo esforço. Ainda hoje não acredito muito bem. Só sei do prazer de olhar nuns olhos inocentes e dependentes em sôfrega sucção, da análise de cada padrão de comportamento e de um coração inquieto na mínima ausência para ir à cozinha. Serão absolutamente vãs quaisquer tentativas de descrever o que é tudo isto, por mais banal e questionável que possa parecer. No meu fundo está a certeza de que nenhuma mulher será plena sem saber, algum dia, o que é este estado. O que é ter um ser a crescer dentro de si, fazê-lo nascer e sentir todas estas aparentes trivialidades. “Quem faz um filho, fá-lo por gosto”, pari-lo e criá-lo também. Não há outra forma.

I have confidence in sunshine I have confidence in rain

O meu vício desde miúda.

A minha música preferida:

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Let's talk about sex, baby

Num dos zappings diários que pratico com afinco despertou-me a atenção um programa inteiramente sobre sexo, com a senhora dona Oprah. Geralmente, este tipo de assuntos são aflorados pela apresentadora - bem como pelos americanos, em geral - com grande conservadorismo. No entanto, este, em particular, não foi bem assim. Tanto que, como pude constatar em dias seguintes, vários outros programas sobre a mesma temática se seguiram, orientados por uma senhora de nome Laura Breman. Esta sim, sem papas na língua a dar uma lição sem tangas àquela mancha de menstruadas. Sim, porque para serem mulheres falta-lhes o fundamental: conhecerem-se enquanto tal.

Falava-se de como obter prazer, na importância de conhecermos o corpo, de não ter problemas em dizer "vagina", "vulva" e "masturbação". Afinal qual é o problema? Até aqui tudo bem... a audiência ria-se e pasmava-se com tal à vontade, mas sempre assimilava qualquer coisa que, eventualmente, poderá pôr em prática. O problema começa quando a senhora Breman refere a importância de se falar de sexo com os nossos filhos, nomeadamente sobre masturbação. Ora, aqui, fica tudo perplexo - perplexa fiquei eu por ver que a Oprah não ficou perplexa.

Para meu espanto as mães sugeriam que se encontrasse, pelo menos, uma palavra alternativa para masturbação! Muitas delas manifestaram total desagrado, profundamente ofendidas com aquele tipo de abordagem, abusiva e fora de questão. Para elas, é óbvio que será incutir ainda mais a sexualidade nas crianças, levando-as a comportamentos obscenos e de risco cada vez mais cedo.

Eu pergunto o que se passará na cabeça destas mulheres, em pleno século XXI. Ao que parece existem mesmo assuntos fortemente repressivos pela sociedade em geral e, até mesmo, no seio das nossas famílias. Mulheres a quem foram incutidas ideias de pecado no que ao sexo diz respeito, com certeza não irão ter a abertura mental necessária para fazer o oposto com as filhas. Aceito. Mas esse esforço, a intenção de mudança passa exactamente por elas!

Para mim é óbvio que se passe precisamente o contrário: quanto maior a informação, maior a preparação, maior o conhecimento sobre nós próprios, o nosso corpo, auto-estima e respeito. Faz-me lembrar a história do aborto, quando algumas mentes brilhantes garantiam que a legalização levaria a abortos a toda a hora. A minha mãe nunca me falou sobre masturbação. Mas deveria tê-lo feito e de uma forma, perfeitamente natural. Tudo o que é tabu ou se fala com rodeios e vergonhas não dá bom resultado. Eu descobri-o por mim própria bastante tarde, constantemente a pensar que seria errado, absurdo ou bizarro, exactamente por falta de informação. Descobri o que era um orgasmo muito antes de saber o que era auto-estimulação, quase por engano, e com alguns riscos contracepcionais pelo meio. Felizmente, outros princípios educacionais que recebi alicerçaram bem o respeito por mim própria e a ideia de que o prazer é algo bom e natural. Indirectamente canalizei tudo isto para o que seria a masturbação e lá me convenci que deveria ser da mesma via.

Falar com os filhos sobre sexo assim de forma tão directa pode ser complicado, mas, para mim, faz todo o sentido. Desde explicar exactamente e com os termos certos o que é fazer sexo e a reprodução, à masturbação, prevenção da concepção e DST's. Mais ainda, entender que mesmo sendo crianças e jovens, sentem desejo tal como os adultos. É apenas a vivência da sexualidade que vai mudando, com conotações que vão variando consoante a maturidade etária e sexual. As primeiras experiências não têm idade fixa, por mais que os pais o queiram. Dizer "não o podes fazer", não resulta.

A mudança de mentalidades passa pela conversa, pela informação, pela coragem de ouvir e falar. Por um futuro com adultos mais conscientes e confiantes, porque viver a sexualidade em plenitude também é ser feliz.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dizeres

Ah caralhooooooooooooooooooooooooooooo! Acabei a tese!

domingo, 11 de outubro de 2009

26

Parabéns para mim.

sábado, 10 de outubro de 2009

Brumas

Sempre tive um fascínio pela lenda do Rei Artur, especialmente a contada pela Marion Zimmer Bradley, com todo o encantamento que lhe envolve. Gosto da ideia da supremacia das sacerdotisas, do poder supremo da Senhora do Lago, uma mulher, e da forte oposição exercida pela recente religião católica empenhada no extermínio dos rituais pagãos. Esses sim, fazem-me sentido. Ainda hoje as tradições católicas estão carregadas de paganismo, apenas disfarçadas com balelas de santos e cristos, criteriosamente criadas para dissimular as mentes.
Li todos os livros da saga "As Brumas de Avalon". São todos geniais, a meu ver, embora envolvam um misticismo que não deve agradar a todos. Mas foi por isso mesmo que os devorei, e fui lendo outros da mesma autora, sempre à volta do mesmo tema. A supremacia da mulher, a exaltação da sua sagacidade e poder de criação, a magia, as tragédias, as paixões, a exaltação da natureza e os rituais carregados de sexualidade.

Numa outra vida devo ter vivido numa época assim, ainda que num mundo de fantasia. Entre mantos e feitiços, comunidades de espirituais feministas, aérea, intensa em exaltações ao sol em Stonehenge.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Interrompemos a emissão por breves instantes

Tempo. Tempo. Tempo. Não tenho. Não tenho. Não tenho.

São surreais estes dias, melhor que pastilhame para a carola! Mas é doooocccceeee, caramba!

Um dia destes - também eu - esmiuçarei aqui o estado de deslumbramento.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Insónia

Estou exausta! Isto de não se saber que caminho se há-de seguir tem que se lhe diga. Acabam-se as noites de sono tranquilo e embora se adormeça nos mesmos dois segundos que antigamente, o escuro é povoado de pesadelos: autênticos cenários labirínticos onde sou abandonada sem a mínima possibilidade de dar com a saída porque estou cega. Os olhos granulados pela cegueira e pelo desespero não me deixam ter a certeza de quem te faz companhia, mas cheiro a presença de outro corpo que se mistura com o teu cheiro que já conheço. E rebolo horas sem fim. Acordo-te às 5h da manhã para te perguntar "estás a dormir?", evidentemente que estás e evidentemente que eu devia manter-me sossegadinha do meu lado da cama, do lado esquerdo da linha imaginária que devia separar-nos, pelo menos por uns tempos. Mas é mais forte do que eu e chegas-te a mim para me abraçares nesse abraço que dás como ninguém, como quem diz que vai ficar tudo bem. O problema é que nem tu sabes. Nem eu. Nem ninguém. O tempo saberá? Pobre tempo, que deliberadamente encho de responsabilidades na resolução de tudo e mais alguma coisa. Eu acho que ele também está cansado. Mas continuo a responsabilizá-lo porque, coitado, ele não se queixa.

sábado, 26 de setembro de 2009

Adormecimento sensorial precisa-se!

Como se nada fosse e eu não estivesse este trapo, Lisboa comigo daqui a umas horas, onde espero chutar e pontapear no do Belenenses como se não houvesse amanhã e, sem dó nem piedade, tratar da saúde a este fígado que desde quinta não leva nenhuma tareia! É pela minha saúde que o vou fazer!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Há sonhos...


...que fazem mal à saúde.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Quando menos se esperava

4 anos depois no contexto de maior certeza no afastamento. Exactamente por isso, tudo parece ter sarado. Foi o tempo e o decurso necessários para se poderem dar notícias sem a mágoa de outros tempos. Aparentemente, a tranquilidade. O carinho sem ferida, as boas recordações, o sorriso pós birra agora possível, a eterna e não menos deliciosa sensação “e se…” de que se fazem os grandes encontros e desencontros.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Informação pertinente do dia

Quando me arrepio doem-me os mamilos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Band from Tv

Eu sei que começam a enjoar as referências a Hugh Laurie, mas a verdade é que não pára de me surpreender. Já tinha percebido que toca uma pianada à séria, ou mesmo uma guitarrada, só não sabia que tinha uma banda. Chama-se Band from Tv e é um projecto de celebridades que tocam por causas humanitárias. Mais uma vez é o maior no piano, na voz e no charme.



Membros:

Hugh Laurie - Piano


Bob Guiney - Voz


James Denton - Guitarra


Adrian Pasdar - Guitarra


Greg Grunberg - Bateria


Teri Hatcher - Voz


Jesse Spencer - Violino

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Obrigada

Por todas as boas vibrações que passaram, pois surtiram o seu efeito. Não podia ter sido melhor. Não podia estar melhor.

domingo, 6 de setembro de 2009

Parabéns manocas!

Acrescento que a minha felicidade é ainda maior pelo facto de o pequeno rebento nascer num dia que é para mim muito especial há já 21 anos. É que hoje é o dia de aniversário da minha irmã e passámos a noite a fazer figas, a rezar mezinhas, a fazer brindes para que, de hoje em diante, ambas comemorassem as primaveras no mesmo dia. Assim foi!
Um beijo especial para ti minha pequena irmã e a certeza de que estarei sempre por perto.

06/09/2009

Queridos amigos, estimados leitores do blog,

É com uma enorme alegria que vos informo do "lançamento com sucesso às 3h08, com 2,925 kg" [informação enviada pelo Pai pouco depois da hora bendita].


Dona Lira e sua filha mais querida estão bem e lindas!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

5, 4, 3, 2... (a contagem continua a partir de amanhã)

amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua amanhã muda a lua

Pessoaaaaaaaaaaaaaaal, amanhã muda a lua! O que quer dizer que, pelas contas da sabedoria popular, a Mary está cada vez mais perto de se juntar a nós, de vir cá para fora, de ser a protagonista do lançamento que a Lira vem anunciando ansiosa.

Cá por mim, já combinei com a tia R. que assim que for anunciado o mais nobre acontecimento do ano, gritaremos "Alvíssaras senhores, a nossa sobrinha já cá canta! Anda cá às tias, miúda!" e rumaremos no NA, que nessa altura até terá asas, rumo ao local do lançamento.

E., o terrível!

Cheguei a casa, liguei a televisão e apercebi-me de que tenho saudades do pequeno E. Estavam a dar os desenhos animados Marta Fala, Marta é uma cadela, cuja dona é aquela menina que nos dois dias em que estivemos juntos não sabia andar na moda e todos achavam que era uma palerma. Marta é a cadela que fala porque um dia comeu sopa com massinhas de letras. O dom da fala fez a brilhante cadela ingressar num ramo profissional, como dizê-lo... inesperado mas que acabou por revelar-se de extrema utilidade para a vila onde vivia: o dom da fala fez dela a melhor locutora-conselheira de rádio das redondezas num programa antes apresentado, imaginem só, por uma pessoa. E o mais incrível é que eu não perdi pitada do episódio nem dos desenhos animados seguintes protagonizados pelo menino Martim Manhã que todos os dias acorda e é alguma coisa diferente. Nos espisódios que vi num dia acordou parecido com um E.T., no dia seguinte era um drácula. E foi assim: uma animação! Adorei e já repeti!



É ou não é amoroso o Martim?

Banda sonora para dias românticos

terça-feira, 1 de setembro de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um hobby, um passatempo, um part-time - Parte II

"Sabes quem também gosta muito de fazer puzzles?", disse o macho.
"Hmmm... a amiga do rapaz do gongue...", respondi.
"Sim.", disse o macho com um sorrisinho cabrão.

"Era só o que me faltava, estar aqui a cumprir padrões! Das duas uma: ou páro de vez com esta merda, que não vou compactuar com qualquer espécie de extensão do que quer que seja, ou faço disto uma competição na minha cabecinha triste e ela vai ver quem é a exímia a fazer puzzles!", congeminei eu com os meus botões.

Claro que optei pela segunda via. Até porque gosto mesmo de fazer isto.

Um hobby, um passatempo, um part-time


Uma vez, numa agradável sessão de catequese, o meu animado colega P. foi indagado sobre o que era, para ele, rezar. Ora, vindo de quem veio a resposta, não se poderia esperar outra coisa, quer pela boa disposição do dito, quer por não fazer a mínima ideia da "actividade" em si.

"Ora rezar... é um hobby, um passatempo, um part-time!", o que deixou a nossa catequista sem saber se havia de rir ou chorar.

Cá está, para mim, um hobby, um passatempo, um part-time: fazer puzzles. E esta é a imagem que não me sai da cabeça há uns dias, assim aos pedaços com extremidades, pontos de cores garridas e pormenores visuais quase obsessivos. A toda a hora salto para a mesa para fazer mais um bocadinho, depois de ter encontrado todas as peças de contorno, com a "moldura" já preparada para encher. Sim, que isto requer alguma técnica. A encomenda chegou-me aqui da menina "sopas de cavalo cansado" e o quadro será para ela, que o prazer me advém da execução. Nada a ver com momentos zen de descontracção ou relaxe. Dá-me pica descobrir as peças certas, decifrá-las no meio da confusão e construir um desenho lógico, vê-lo crescer aos poucos. Logo eu que tenho um cérebro mais esquerdino, isto não parece assentar-me em nada, mas enfim... deve ser da componente artística do objecto.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nicas, seu rebento e vinho vão viajar!

Tal e qual duas Anitas mamãs, lá vamos nós amanhã com o Pequeno rumo às bandas do Castelo de Bode. Alguns dirão que é um cenário atípico, aliás, a senhora do hotel disse-o de forma algo subtil logo após a informação de que somos duas mulheres e uma criança: "Aaaaaah, mas a cama é de casal!". Ó senhora, menos! Deixe-se de preconceitos e leve-nos mas é o pequeno-almoço ao quarto com vista para o lago e sem custos adicionais.

Se há coisa que eu não esperava...

... era que o Ficheiro Secreto se transformasse num homem com alguma piada. Mas aqui está ele, vários anos volvidos da série de ovnis e quê, numa performance interessante, vá.
. [este pontinho carece de explicação: é que não estou a conseguir deixar um espaço entre o texto de cima e a fotografia; o pontinho de baixo serve o mesmo objectivo, pois este texto que aqui agora acrescento entre parêntesis rectos engata-me aqui a estética da coisa à mesma]
.

Mais uma pérola de bom gosto musical



Obs.: Atentai no que inclui.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

À espreita...

Contemporâneos

Nunca fui à bola com esse projecto denominado "Amália Hoje". Este bem diz que o público "aderiu" bem ao projecto, pois é isso mesmo que me soa. Juntar três marmanjos que não fazem sentido nenhum juntos (queriam repetir a dose dos Humanos?)e reformular uns hits da Amália, com a outra a gritar muito, a abrir muito aquela bocarra com a mania que tem estilo. Epá, não me convenceu. Deixem-me lá dizer mal... Este sketch retrata-os exactamente como os vejo. Então o panilas do Paulo Praça e o Fernandinho dos Moonspell lá caídos de pára-quedas, estão impecáveis.



O que eu gosto é do meu Camané. Pronto, cada um com a sua pancada, a minha vai para o Camané! Coitadinho... É o maior em qualquer situação! Além de que lhe vejo um charme que não consigo bem explicar. Há um je ne sais quoi nos baixotes que me atrai.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Só para virar o registo



PS: Adoro o Adolfo. Então desde que o vi a exercer as suas funções de jurista no Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, com a secretária a chamá-lo de "Sr. Dr." passei a adorá-lo ainda mais. É uma personagem fascinante.

No Centro de Saúde

É importante que se diga aqui que, neste momento, domino esse espaço de convívio que é o Centro de Saúde. Esta menina que está aqui levanta-se às 7h30 da manhã para lá estar a aguardar vez e, assim, controlar todo aquele rebuliço. Acreditem que vale a pena conhecer estes meandros. Sou expert em todo o movimento de “aguardar vez”: é o tirar senha, fazer conversa com os velhos que vão mudar o penso, saber quantas pessoas estão à minha frente e atrás de mim. É o controlo da hora a que chega a menina da recepção, que é nova porque a Dona Júlia já se reformou, é o saber que posso ir a casa comer qualquer coisinha porque o médico só chega às 10h, é o sacar do papelucho da isenção e… enfim… a parte melhor de exibir orgulhosamente esta pança e passar à frente daquela malta toda, desde madrugada à porta do centro. Sim, porque isto anda pela hora da morte! (Ai os pontos de exclamação e o caralho…) Há dois médicos que se reformaram e não há substitutos, logo vai tudo ao recurso e é um ver se te avias. É vê-los a levantar-se quando chamam o número 5 e eles têm o 9 ou o 10 para fazer a inscrição, não vá alguém passar-lhe à frente por alguma razão sobrenatural. Assim vão logo “ocupando lugar” e afirmando presença. É todo um complexo processo comportamental, digno de estudo do António Barreto. Nunca me imaginei neste filme, mas a verdade é que quando alguém hoje perguntava quem era a última pessoa para o recurso eu respondi: “Acabaram as senhas, são só 20. Agora só às 14h para novas inscrições”. E pronto, aí percebi que estou muito à frente… até demais. Pensava andar nestes giros daqui a uns 40 anos, mas parece que me antecipei. Isto da prenhice tem contornos parecidos… Então se confessar que tenho papado tudo o que é programa televisivo de Verão tenho o perfil traçado.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Espectacular

É um blog completamente marado, alucinado que gosto sempre de visitar, de nome Isabelle Chase Otelo Saraiva de Caravalho. Volta e meia aparecem lá com piadolas espectaculares, como esta... Cá eu parto-me toda!

Petit Petit-fils Revisited

Diz a Anais Nin para o Henry Miller: Ó Miiiiiiiiiiiiler, mil e uma noites de amor com você!

domingo, 16 de agosto de 2009

Coco avant Chanel

Há filmes biográficos melhores, é um facto. Fui simplesmente para ver a Audrey Tautou. A biografia da Grabrielle Chanel nunca me interessou. Imaginei que fosse um filme light, mas com o mau humor de hoje, só mesmo filmes que não obriguem muito a pensar. Por isso comecei pelo Pretty Woman, na Sic, pela centésima trigésima sétima vez, pelo menos, logo a seguir ao almoço e, como decidiram deixar-me cá ao fundo sozinha, pus os pés ao caminho e fui arejar as ideias. Foi bom. A Audrey é bonita demais e o filme pode entender-se como uma ode à liberdade feminina. Liberdade de expressão, liberdade de escolha. Liberdade. Regressei a casa como uma pena: leve e esvoaçante. Não fosse esta dor de dentes que desde ontem não me larga, até sorria. Uma vez que não passa, aproveito para chorar e faço-o sob o pretexto de a dor ser insuportável.
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sábado, 15 de agosto de 2009

Querido Avô,

Voltei a vestir teu casaco. Aquele que já tinha trinta anos de vida quando decidiste que quem o herdava era eu e não uma das minhas tia. Ao vesti-lo foi como se estivesse envolvida num teu abraço. Senti-me em Paz. Obrigada.
Está quase aí o teu aniversário, mas não vamos poder saborear o doce da Avó, aquele que foi a última sobremesa que tomámos juntos. Há 6 anos já. Foste-te há tanto tempo, Avô! Cedo demais... E fiquei à toa, sem saber o que fazer depois de ti. Empenhei-me em sossegar, porque sei que precisas que sosseguemos para tu próprio viveres a eternidade em paz. Não é tarefa fácil, mas lá vou conseguindo. Revisito o teu sorriso vezes sem conta, lembro as tuas dentadas que deixavam os nossos gelados a meio, o teu polegar a ferrar na nossa mão das poucas vezes que a juntávamos à tua. Lembro-me de baixares a cabeça à chegada e à despedida para beijar-te a testa. Tenho saudades tuas, Avô! E hoje sinto um vazio enorme que não sei de onde vem. Tu sabes que eu sempre fui um bocadinho mariquinhas, qualquer coisa era motivo para esta tua neta se pôr lavada em lágrimas nas escadas do quintal à espera que alguém passasse. Vivemo-nos muito quando eu era pequena. [Ainda bem que fui a primeira dos netos! Acho que te tive como nenhum dos outros teve a sorte de te ter.] Tenho pena que tenhamos vivido longe um do outro nos últimos anos que antecederam a tua partida, mas sonho reencontrar-te um dia confortavelmente sentado nas nuvens para juntos percorrermos as memórias da vida que partilhámos.

Um beijo da tua neta

P.S. Vai passando por mim.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Esteticista

Sim, é o novo talento do progenitor. Tanta mariquice e "como é que hei-de fazer?" e, afinal, tenho aqui um ás da arte depilatória. Eu já tinha percebido a dificuldade em colocar/tirar a roupa da máquina, colocar/tirar a loiça da máquina, cortar as unhas dos pés e espalhar creme nas pernas. No entanto, devo afiançar que a maior das adaptações consiste no facto de deixarmos de ver a patareca. É verdade que nunca lhe prestei grande vassalagem, ela cumpria o papel dela e eu tratava dela dentro do mesmo registo. Nunca me pus, propriamente, a abrilhantá-la, a fazer-lhe penteados, a pô-la cheirosinha ou a vesti-la com requinte. Sim senhora, cumpro a minha higiene diária, mantenho-a asseada, dou-lhe uma aparadela, mas nunca andei cá com depilações a regra e esquadro, em que vai pêlo do cu e tudo. Nem fios dentais. Não me convencem pedaços minúsculos de tecido a assar-me as entranhas, naquele roça-roça o dia inteiro que nada tem de confortável. Sofrer para ser bela, mas não tanto. Para já, existem alternativas bem mais sexy com alguma transparência, um tecido mais apetecível ou uma cor ousada que, a meu ver, dão dez a zero a essa treta das bochechas celulósicas a baloiçar. Por outro lado, em alguns espécimes do género a malta até agradecia que vestissem outra coisinha que abonasse mais a seu favor, tal o espectáculo degradante que salta à vista desarmada. Bom, posto isto, lá comecei a pensar que, uma vez que a hora H se aproxima e devia ir já semi-preparada para o efeito, achei que devia fazer uma depilação às partes íntimas, não fossem as queridas enfermeiras espetar-me gilettes ferrugentas para desbravar caminho à maluca. É certo que as ditas partes não deverão ficar lá muito bem tratadas no final da tal horinha (pequenina, por amor de Deus!), mas tudo tem a sua dignidade. Aqui o parceiro da vida teve a hombridade de aceitar o repto, sacar da maquineta de cortar o cabelo e embrenhar-se na floresta negra. Pois sim, que não fiz mal a ninguém para sofrer por antecipação e esfolar-me viva com cera ou submeter-me a choques eléctricos com uma máquina depiladora. E foi assim, com muito carinho e atenção que o meu querido me tornou uma mulher nova, protegendo sempre os pontos mais sensíveis, clitorianos e afins, que no fundo dão sentido às nossas vidinhas insípidas. Aliás, garanto-vos que adorou a experiência e faz sempre bem promovermos estes momentos de intimidade mais… alternativa. Enfim, mais leve, airosa, fresca e fofa, mais exposta, é um facto, mas até tem a sua piada.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Em plena época balnear de regresso à terrinha

Aqui fica o meu bem-haja a todo o emigrante, com esta balada comovente, relatando uma tragédia sanguinária que parece não ter fim.

Avisam-se os mais sensíveis, para não ouvirem. De todo. É um drama a seguir ao outro.

Entre cidades

De volta à cidade grande, percebo que o que mais me custa quando deixo a cidade mais pequena é o facto de ela ser a personificação quase perfeita do dolce fare niente. Como se os dias se prolongassem, como se me sentisse mais acarinhada pelo sol, como se todas as noites fossem uma noite de sábado - agitadas mas ao mesmo tempo tão tranquilas que nem deixam adivinhar que depois do dia seguinte voltámos à jorna.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Gostam da minha nova casa?

Mies van der Rohe

Estes ficavam bem no escritório

Wassily Kandinsky

Jackson Pollock

Piet Mondrian

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um doublezinho não faz mal a ninguém, vá!

Vou só ali comprar um geladinho, venho já. Vai ser mesmo este pequenininho. É o único que me safa quando estou em carência.



Eu bem tentei que a ordenação em fila indiana das molas da roupa ali em casa da Lira resultasse, mas não ajudou nem um bocadinho... A vida é dura, pessoal!

Chamo-me Zé, vim para aqui a pé e agora tenho um Cadillac



"Andava eu na autovia, já nem me lembra bem aonde
Com uma bela matulona de quem por acaso até gostava
Quando ela assim, sem mais nem menos, teve uma crise de ciumeira
Eu parei, abri a porta e disse: Filha, vai lá á tua vida!"

Eu não digo?


Audrey Tautou. Daqui.

Para a Lira

Se soubesses o bem que me fazes, saberias do meu coração aos pulos pelo dia que já não tarda. Poder falar-te sempre que tenho vontade ou preciso compensa a impossibilidade de vos abraçar e beijar sempre que penso em vós. Com o passar dos anos foste-te tornando uma pessoa ainda mais bonita e penso em ti com um sorriso. Conheces-me melhor do que ninguém, eu acho. Para ti não tenho segredos, nem filtros, lágrimas contidas ou gargalhadas sarcásticas guardadas quando os assuntos até são delicados.
O que já vivemos e o muito que ainda nos espera permitem-me dizer que sou mais feliz porque fazes parte da minha vida, porque Ela também fez e sorrimos juntas e porque a criança que agora mais espero me lembra que a vida pode ser muito mais bonita.
Obrigada. Amo-te.

domingo, 9 de agosto de 2009

Fazes-me falta


Eu sei que me andas a rondar. Precisava de ti agora, mais do que nunca e tu sabes isso. Quando, aparentemente, tudo está, mais ou menos, calejado, chegam-nos estas surpresas para mostrar que nunca nada vai estar definitivamente sarado. Vai chegar uma terceira parte de nós e sinto-nos perdidamente incompletas. Falta-me a âncora para entender uma parte de mim, que também é tua. Falta-me que estejas, só. Há um papel que me é pedido, aquele que é o teu e que eu precisava que me ensinasses. Melhor ou pior, não interessa. Também nós duas teremos lutas, tal como nós duas tivemos, mas seremos, da mesma forma, uma mesma carne, de um mesmo sexo. A prolongar-te. Faz-me impressão que me estejas tão longe, às vezes como se não tivesses existido e fizesses parte de um sonho marcante que nunca esqueci. Pareces irreal, embora ainda te sinta o cheiro. Sabes, culpo-me porque a estou a obrigar a viver sem ti. Porque tu és essencial e farias a vida dela mais feliz. Não te esqueças de ir aparecendo, como da última vez. Vou tentar lembrar-me do mesmo truque: pensar sempre que ainda vai ser pior, até que acaba e afinal não custa.

Fazes-me tanta falta.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

De repente...

... deu-me vontade de comer isto. Stroopwaffel.

Lembra-me as últimas férias em Amesterdão, de visita ao Emme. Comemos destas bombas calóricas até ao enjoo! Trouxe-as quando regressei, na mala que ainda hoje tinha o selo do aeroporto e cujo próximo destino é mesmo a Maternidade. Mal eu sabia que a próxima viagem seria das mais radicais...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

The woman in you is the worry in me

In so many ways.

Rita Carmo


É a fotógrafa do Blitz. Já tinha esbarrado em fotos fantásticas de malta da música tiradas por uma tal de Rita Carmo. Descobri que tem um blog e que nele consta algum do seu trabalho. Muito, muito bom. Em todas as fotos há uma criatividade imensa e uma maneira de captar a pessoa tal e qual o seu perfil, enquanto artista. Enfim... só vendo.








No comment


Tipo Euronews e assim.Daqui.

Cá está



"Teatros, exposições, concertos e dança não foram afectados pela crise"

E ainda há quem diga que a cultura não é um bem essencial. Pois pode não ser, mas para alguns - que pelos vistos já não são tão poucos como isso - começa a ser como pão para a boca. O passado concerto de Leonard Cohen pareceu evidenciar isso mesmo. Ou então, especulamos que só consome cultura quem não é afectado pela crise, o que não me parece, de todo viável. É sabido que se trata de uma minoria, aqueles que mal se ressentem de uma recessão económica a nível mundial, já para não falar que dentro dessa minoria existem imensos espécimes que se estão nas tintas para teatros, concertos e filmes. Preferem gastar balúrdios em copos na discoteca mais in do momento ou passar férias em Ibiza. Cada qual com sua preferência! Não há que censurar. Mas é bom saber que os públicos da cultura parecem cada vez mais fieis e que, de facto, os comportamentos se aprendem, se incutidos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Fumos



Sempre adorei fotos de mulheres que fumam. OK, esta gaja até com um alho francês na boca ficava bem. Mas, enfim... Eu que não fumo, perco carradonas de estilo.

Mas não sou beata, me criei na rua



Tem uma força do caraças! E gosto da ideia de não se ser beata:

Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar
Vim morar nessa cidade por força das circunstâncias
Sou assim desde criança, me criei meio sem lar
Aprendi a me virar sozinha e se eu 'tou te dando linha é pra comer você
Aprendi a me virar sozinha e se eu 'tou te dando linha é pra depois te abandonar


É isso aí Ana Carolina!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Coisas

Que eu sou um bocado destravada já não é novidade para ninguém. É coisa que já não surpreende nenhum dos mortais que comigo se cruza. Há até quem me apelide de Louca! Mas adiante... Apesar disso, consigo a proeza de continuar a surpreender-me a mim própria. Acabei de ir da casa de banho. Depois do xixi, parei-me em frente ao espelho enquanto lavava as mãos e achei a camisolinha que trago vestida (que é nova!) muito original: "Ah! Que giro! Os quatro botõezinhos que tem à frente não se vêem senão do lado de dentro. Viste?! Ele há coisas... Já fazem de tudo!". Mas não fiquei convencida. Tornei a olhar, agora com mais atenção e... "As costuras a verem-se também?! Mau! Isto é demasiada originalidade, não?". Então não é? Trouxe esta merda vestida ao contrário desde casa e só reparei agora. Já falei com o senhor do bar, com a senhora da portaria, já dei informações a um estudante que por aqui andava perdido e tudo assim com esta originalidade toda. Por sorte cortei aquela etiqueta enorme que costuma vir dentro, precisamente agarrada à costura de um dos lados. Não é uma loucura, mas é uma "baita" de uma distracção. Enfim, é o que faz ficar acordada até tarde, dormir pouco e, sobretudo, ser míope!

Sincerely, L. Cohen

Foi assim que tentou ontem fechar o concerto, mas o público pediu mais. Tocou mais umas quantas, terminou com aquilo a que chamou uma oração, após o que juntou os músicos para trautearem uma melodia enquanto ele se ocupava das despedidas. O L. Cohen é um senhor! Humildade, simpatia, bom gosto e tudo o mais se tudo o mais coubesse nas palavras. Foram cerca de 2h30 de boa música, boa disposição. Sossego. A minha mãe esteve num misto de sossego e nervosismo, a barriguinha às voltas, tal e qual uma adolescente. Agradeço ao Cohen ter-lhe proporcionado tanta emoção. Um dia, quando ela for, irá mais feliz, é um sonho concretizado. Mas esse dia terá que tardar porque ainda preciso daquela mão a agarrar cheia de força na minha em mais duas ou três mãos cheias de concertos.



[Propositadamente subtraio-me ao sacrifício de fazer referência ao péssimo som que chega aos balcões no Pavilhão Atlântico. É um pormenor mesmo muito pequenino...]

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Amanhã a Oriente



Já estou ansiosa por ouvi-lo nesta voz grossa, em tom de sussurro...

Look me in the eye and tell me love is never based upon insanity



Cheira a noite, casa e média luz. A corpos emaranhados, suados, sedentos. Cheira a Verão também. Ao desejo de um fim de tarde na praia, sem tempo, à sombra de uma rocha, dentro de uma gruta. Os dois. E a Melody.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Eu deixava...

... que me tirasses a temperatura. És um charme, Gregory. Fascinas-me. Mesmo assim parvalhão, de inteligência cínica, a gostar de putas. Sim, de bengala e tudo.

Por estes dias


A ansiedade, o coração apertadinho. "Estará bem?", "Tenho que fazer a mala!", "Quanto tempo mais?", "Vai doer?", "Será perfeita e sáudável?", "Falta comprar isto!", "Não te enerves, não lhe faz bem!"

Vou comparando barrigas, para me distrair...

Leituras aleatórias

"Estavam ali diante dos meus olhos, e era terrível e ao mesmo tempo fascinante.
Ao princípio pensei que ele a estava a matar, logo a seguir percebi que não, que talvez ambos estivessem a morrer, só depois qualquer apelo misterioso e distante se fez carne em mim. Então todo eu fiquei amarrado aos seus gestos, àquela respiração fatigada e difícil, àquele balbucio que lhes saía ralo da boca.
Os seios de Maria caíam nus da blusa. Uma das mãos do carpinteiro perdia-se nos seus cabelos emaranhados, a outra parecia ter-se enterrado na areia. O resto era aquele corpo todo de homem fremente e quase hirto, ao mesmo tempo, à força de concentrar o ímpeto nas nádegas , arco donde a flecha partia, para se cravar, com uma violência próxima do desespero, nas entranhas ardentes e sombrias da rapariga. Parecia um cavalo ofegante - os olhos cerrados, o suor escorrendo da raiz dos cabelos, espalhando-se pelas costas, pelos flancos, pelas pernas, quase todas descobertas. Um cavalo cego mordendo o céu branco de Agosto. Mas a voz da terra chamou-o, e um relincho prolongado encheu o leito do ribeiro e morreu no alto dos amieiros. Por fim a paz de Deus desceu ao mundo.
Maria olhava o carpinteiro com uns olhos rasos de espanto, como quem tivesse perdido tudo naquele instante. Lentamente passou-lhe a mão pelo cabelo, numa carícia tímida, e começou a chorar. O carpinteiro olhou-a também, mas os seus olhos eram diferentes, havia neles sombra e solidão. Eram uns olhos nocturnos, negros como poços fundos, afirmavam a morte.
Sem uma palavra, o homem ergueu-se e começou a mijar.
(...)
Era um silêncio no areal, nas árvores, nas nuvens. Um silêncio na tarde, na rua, nas casas. Um silêncio no pão, na água. Um silêncio que se tornava dia a dia mais pesado, mais devorador.
Um silêncio feito dos seios de Maria, dos flancos suados do carpinteiro, que me despertava a carne durante a noite, me fechava os olhos pela madrugada, me dava vontade de fugir durante o dia..."

Eugénio de Andrade, Fábula [in Correia, Natália (2008, 5.ª edição). Antologia Portuguesa de Poesia Erótica e Satírica. Lisboa: Antígona - Frenesi]

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A saudade é o revés de um parto

A melhor canção sobre "fins". É muito, muito bonita. Fala de saudade como nenhuma outra. Da perda, do final daquilo que havia a dois e que acabou. Do sentimento que fica, como que entranhado, sem forma de sair, a corroer. "Cutucando, relembrando, reabrindo a mesma velha ferida", como dizia a Maria Rita.

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus