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Sempre tive um fascínio pela lenda do Rei Artur, especialmente a contada pela Marion Zimmer Bradley, com todo o encantamento que lhe envolve. Gosto da ideia da supremacia das sacerdotisas, do poder supremo da Senhora do Lago, uma mulher, e da forte oposição exercida pela recente religião católica empenhada no extermínio dos rituais pagãos. Esses sim, fazem-me sentido. Ainda hoje as tradições católicas estão carregadas de paganismo, apenas disfarçadas com balelas de santos e cristos, criteriosamente criadas para dissimular as mentes.
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Li todos os livros da saga "As Brumas de Avalon". São todos geniais, a meu ver, embora envolvam um misticismo que não deve agradar a todos. Mas foi por isso mesmo que os devorei, e fui lendo outros da mesma autora, sempre à volta do mesmo tema. A supremacia da mulher, a exaltação da sua sagacidade e poder de criação, a magia, as tragédias, as paixões, a exaltação da natureza e os rituais carregados de sexualidade.
Numa outra vida devo ter vivido numa época assim, ainda que num mundo de fantasia. Entre mantos e feitiços, comunidades de espirituais feministas, aérea, intensa em exaltações ao sol em Stonehenge.
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