sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Insónia

Estou exausta! Isto de não se saber que caminho se há-de seguir tem que se lhe diga. Acabam-se as noites de sono tranquilo e embora se adormeça nos mesmos dois segundos que antigamente, o escuro é povoado de pesadelos: autênticos cenários labirínticos onde sou abandonada sem a mínima possibilidade de dar com a saída porque estou cega. Os olhos granulados pela cegueira e pelo desespero não me deixam ter a certeza de quem te faz companhia, mas cheiro a presença de outro corpo que se mistura com o teu cheiro que já conheço. E rebolo horas sem fim. Acordo-te às 5h da manhã para te perguntar "estás a dormir?", evidentemente que estás e evidentemente que eu devia manter-me sossegadinha do meu lado da cama, do lado esquerdo da linha imaginária que devia separar-nos, pelo menos por uns tempos. Mas é mais forte do que eu e chegas-te a mim para me abraçares nesse abraço que dás como ninguém, como quem diz que vai ficar tudo bem. O problema é que nem tu sabes. Nem eu. Nem ninguém. O tempo saberá? Pobre tempo, que deliberadamente encho de responsabilidades na resolução de tudo e mais alguma coisa. Eu acho que ele também está cansado. Mas continuo a responsabilizá-lo porque, coitado, ele não se queixa.

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