terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Outros carnavais

Há um ano por estas alturas, por outros carnavais andávamos nós de boquilha e lábio rosso armadas ao pingarelho, cheias de estilo e hormonas aos saltos. Numa de curtir a liberdade, de beber uns copos, ler poesia erótica, cagar nos planos de futuro e mandar umas valentes. Dito e feito. Abençoadas intenções essas, que me trouxeram tempos de leveza como há muito ansiava e nunca, em tempo algum, experienciados. Daqueles que, não por excesso de loucura, mas por sensação de vontade cumprida, trazem aquele sabor que não se descreve e que pouco tem que ver com saudosismo. Nada de “ó tempo volta para trás”, mas apenas um “ainda bem que o fizemos”, porque era aquele o tempo, o espaço e… a companhia. As trocas e baldrocas que vamos dando mudam as direcções do vento até com um suspiro a mais, inesperado, mas o que é certo é que acontece sempre o que tem que acontecer e o que vivemos ontem faz absoluto sentido para o que vivemos hoje. E vice-versa. Fica a certeza de que há saltos que temos que dar, nem que sirvam só para vir respirar um bocado antes de voltar à luta ou antes de nos conhecermos mais aquele bocadinho ou antes de sermos cada vez menos um umbigo. Continuemos a exultar caralhadas, obscenidades e infantilidades que sempre nos fizeram parte da carne e possamos rir-nos da sombra da responsabilidade social, do “tem que ser”, da idade, dos estatutos… É que transforma o aroma da aparente transgressão, num misto de chocolate com pimenta viciante, que nos devolve infâncias que nunca perdemos, só… dissimulamos por precaução.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cócórócórócócórócórócóró


O galo é o dono dos ovos, Sérgio Godinho

Só mais uma coisa...



- Olá! Tu por aqui?
- Olá... então como vais?
- Tudo vai bem?
- Olha, tudo vai mal para mim.
- Mas tudo vai mal porquê?
- Foi um amor que eu perdi,
Ela partiu, eu fiquei...
Se a encontrares, diz-lhe que eu estou por aqui
- Se a encontrar, direi.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ausência

Apenas umas linhas breves para justificar a ausência que adivinho prolongada deste sítio criado sob o signo da liberdade, que tanto prazer me tem dado construir com uma das minhas maiores-que-o-pensamento.
A primeira palavra vai para ela: desculpa. Voltarei. Um dia. Agora temo não ser capaz de continuar. Continuarás a ter-me por perto pela vida fora se assim o entenderes. Neste espaço terás a companhia do meu silêncio que talvez também consigas ver como algo positivo, pois não é por capricho que me afasto ou por não querer mais partilhá-lo contigo, mas preciso de mim, de concentrar forças e energias. Continuando por aqui cairei permanentemente na tentação de escrever para quem quero bem para que saiba como estou e como me sinto, agora que se fechou também a janela. Gosto de ti com aquele gostar que bem conheces.
Para a pequena, leitora diária deste blog e, felizmente, uma pessoa importante na minha vida, fica um beijo e um obrigada pelo carinho e pela confiança em mim.
À minha irmã dou-lhe um abraço mais logo, enquanto me retribui com um ombro para descansar um bocadinho.
A ti, escrevo-te noutro sítio e ficará só entre nós o que tenho para te dizer.

Até um dia,

vinho

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Futurologia


The Mom Song

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Pela minha saúde!

Acabou de marchar o bolinho-do-costume-sempre-que-estou-nervosa. Não era bem o que me apetecia, mas cumpriu bem o seu papel. Por falar em papel, o que eu queria mesmo era o mil folhas, para desmontar e comer em partes, intercalando a parte que não tem a cobertura de açúcar com a que tem. Como que uma forma de canalizar a ansiedade para aquele processo de desmontagem. Há quem tranquilize a montar puzzles, eu tenho para mim que isso me acontece a desmontar mil folhas, embora saiba perfeitamente que é uma mentirinha cuja função é tão-só livrar-me do peso de estar a encharcar-me de calorias.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um convite interessante

Mulher sentada, Klimt


Esbarrei com este pedido num blog pouco aconselhado a meninas e tive logo vontade de contribuir. É um estudo muito interessante, que aborda uma área tabu no que diz respeito ao mulherio. Mesmo entre os espécimes femininos o assunto nunca é tocado por ser quase vergonhoso assumi-lo, questioná-lo e partilhá-lo. Cá para mim, é uma gota de um oceano chamado inibição sexual que faz com que tantas mulheres não retirem todo o prazer que o sexo pode trazer, ou não o retirem de todo. Porque só estando completamente à vontade com o seu corpo, poderão disfrutar de uma sexualidade plena, seguras de si, do seu prazer e do que isso beneficiará largamente a relação com o parceiro. Claro que faz parte da intimidade de cada uma e não há propriamente necessidade de falar sobre tudo a todos. Falo, sim, da inibição de si para si.

Ora experimentem e contribuam aqui para o Estudo sobre Estilos de Masturbação Feminina e Orgasmo Feminino durante o Coito, da Vânia Beliz.

Genial

Foi você que pediu uma história da publicidade?, Luís Trindade (Tinta da China)

Nada de especial

Vicky Cristina Barcelona, Woody Allen

Vale pelo cerne da história: a paixão, o desacomodar, o hedonismo. E pela envolvência erótica das personagens. Pouco mais. Vale pelo Bardem (jasus me valha!) e pela sensualidade insana da Penélope. Mas a historieta do Don Juan que as engata todas, cheio de mistério e sex appeal, enfim um Deus Grego na cama, o casal que só funciona em trio, as extremas paixões que de repente já nem foram nada e uma Barcelona que se perde pelo caminho... Não me convenceram.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Salvé! Um dia não são dias!

Hoje acordei com uma crise de personalidade! Pelo menos, é a única explicação que arranjo para, toda "maria gaiteira", ter escolhido o casaco cor-de-rosa choque que não sai do armário há anos para fazer pandan com a igualmente chocante camisola. Não contente, toca de botar uma camisolinha de malha e de manga curta cinzenta por cima. Por momentos devo ter pensado que era a aborrecida gatinha chamada Kitty e agora tenho que aguentar-me todo o dia com esta cor que me fere os olhos. É o caos! Vá lá, não trouxe os ténis da colecção...

Corporativismos

É, as mulheres são um bicho estranho. Disso ninguém tem dúvidas, nem mesmo elas. Quando os homens dizem "Arre, que nunca estás satisfeita!", nós baixamos a cara, fazemos aquele ar envergonhado barra odeio que me digas isso e umas vezes calamos, outras vamos buscar as mais mirabolantes situações para mostrarmos que não é bem assim. Eu acho que naturalmente já nascemos sócias de um sindicato que partilha esta mesma característica. Temos menos trabalho: eles ainda têm que ir associar-se ao clube de sócios do Sporting Clube de Portugal ou outro que valha. A mim não me faz comichão nenhuma fazer parte daquele sindicato, até acho piada. É sinal de que somos atentas. Ou um nadinha melgas, vá. Isto tudo para fazer uma breve introdução e disfarçar um gosto muito de ti e tenho saudades tuas.

domingo, 1 de fevereiro de 2009