Já não tarda a noite de juntar a família. Aquela altura do ano em que nos vemos todos e sorrimos muito, amarelecidos, porém, pelo tempo e rancores vários que teimam em não nos largar ou que mais ou menos conscientemente decidimos nunca deixar pelo caminho. Não gosto desta altura do ano e quanto mais anos passam, menos gosto. É cheia de bolsos que se esvaziam e de sentimentos pouco verdadeiros que oferecemos aos outros com pancadinhas nas costas que acompanham o "Feliz Natal! Que tenhas tudo de bom!".
Lá em casa é uma tensão louca todos os anos. Acordamos sempre com os pés de fora ao 25. Provavelmente porque nenhuma das três se conforma com a família de gestos plásticos e fabricados, que o resto do ano quer lá saber do que se passa em casa de cada um. Um trivialidade o que acabei de escrever. Talvez. Não acredito que haja uma família, uma única, em que não se viva com sentimentos como estes a povoar estas festividades. Chateia-me mais ainda sabermos isto há uma data de anos e continuarmos todos os anos a reunir uns com os outros à volta de uma mesa estupidamente farta. A sorte é que quanto mais anos passam, menos me chateiam se me embebedar. Que não vos pese muito o Natal, são os votos que aqui deixo.
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1 comentário:
A-M-E-I! Principalmente "a sorte é que quanto mais anos passam, menos me chateiam se me embebedar.". Aliás, acho mesmo que é a melhor forma de passares a noite já que é tão enfadonha... Gratulações pelo regresso :)
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