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Eram belas e airosas, minhas catarinas. Cheias de carne e orgulho, sempre de nariz empinado lá iam esbanjando uma jovem luxúria. Sumarentas, voluptuosas, frescas e fofas! Saltitavam as minhas crianças, na urgência de brincar... E o que se divertiam em provocações e derretiam em delícias lânguidas. Viam o mundo de cima.
Depois veio a princesa sôfrega que se lambuzou e esfregou e puxou e mordeu e deixou Thelma e Louise em total arraso. Pobrezinhas, tristes como a noite, são a sombra do que foram. Quase envergonhadas, imploram insuflação depois de tanto esmorecimento. Cá vão fazendo pela vida, quais murchos saquinhos de chá, mais envólucro que enchimento. Vêem o mundo de baixo.
Ainda assim não se calam. Têm muito para contar e planos para o futuro. Contam uma história, aventuras, dizem que aproveitaram e se entregaram de corpo e alma, sem poupanças. Aliás, há botões com a mesma rapidez de resposta dos anos dourados.
1 comentário:
Como te compreendo, minha cara. Da primeira escapei, mas da segunda...é mesmo andar nas ruas da amargura!!!!
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