segunda-feira, 19 de abril de 2010

Thelma e Louise


Eram belas e airosas, minhas catarinas. Cheias de carne e orgulho, sempre de nariz empinado lá iam esbanjando uma jovem luxúria. Sumarentas, voluptuosas, frescas e fofas! Saltitavam as minhas crianças, na urgência de brincar... E o que se divertiam em provocações e derretiam em delícias lânguidas. Viam o mundo de cima.
Depois veio a princesa sôfrega que se lambuzou e esfregou e puxou e mordeu e deixou Thelma e Louise em total arraso. Pobrezinhas, tristes como a noite, são a sombra do que foram. Quase envergonhadas, imploram insuflação depois de tanto esmorecimento. Cá vão fazendo pela vida, quais murchos saquinhos de chá, mais envólucro que enchimento. Vêem o mundo de baixo.

Ainda assim não se calam. Têm muito para contar e planos para o futuro. Contam uma história, aventuras, dizem que aproveitaram e se entregaram de corpo e alma, sem poupanças. Aliás, há botões com a mesma rapidez de resposta dos anos dourados.

1 comentário:

draaninhas disse...

Como te compreendo, minha cara. Da primeira escapei, mas da segunda...é mesmo andar nas ruas da amargura!!!!