Tem cara de fuinha, a filha anda na creche da minha mai nova. É mãezinha. Faz-me um sorriso amarelo e deve pensar o quão levezinha sou a vestir o meu rebento com fato de treino e pouca frequência no cor-de-rosa. Por sorte ou azar dou de caras várias vezes com a personagem, seja por lá ou por fora e quase sempre a tratar de coisinhas para/da menina. Parece que não parte um prato e anda sempre aprumadinha,de olhar crítico e inquisidor. As educadoras desmancham-se em elogios à sua menina, sempre que está presente e é vê-la lânguida a ouvi-los, como se disso dependesse o seu dia. Sua menina é um doce, de facto, mas, pobrezinha, leva todos os dias com as vestes reais em cima. Chega de vestido de veludo e folhos e rendas e debruns, sapatinho de fivela e fita. Despe. Veste calcinha rosa com camisinha rosa para a permanência na instituição. Despe. Veste novamente o trajo real para o regresso a casa. "Sim, que menina de coro não pode andar por aí como umas e outras", vejo-lhe o balão de pensamento por cima da cabeça enquanto me lança o olhar de desdém.
Pedia aos santinhos que não me transformassem numa mãe profissional, obcecada com mariquices para os filhos. Graças a Deus, atenderam-me. Não me levem a mal, só não tenho pachorra para mãezinhas.
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1 comentário:
excelente post =)
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