quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ainda os minaretes

Não. Não me cabe, aqui, hoje, fazer trocadilhos sexuais. Confesso que me encontro dividida entre as duas facções da discussão, no entanto, faz-me uma terrível alergia pensar que ainda persiste a triste ideia de Gastarbeiter, como refere a Leo. E portanto, perdoem-me os mais nacionalistas, mas, para mim, a Heimat não é apenas de quem lá nasceu. Entendo que possa ser estranho termos que nos deparar com certos parâmetros estranhos à nossa cultura, sejam eles a língua, práticas religiosas, hábitos, culinária e até... estilos arquitectónicos. Mas a tolerância, a diversidade e o respeito intercultural não podem ser só conceitos bonitos pregados quando mais convém, porque caem que nem uma luva nas teorias antropológicas de um mundo feliz e igualitário. Quero acreditar que, neste caso, é uma teoria perfeitamente prática. Concordo com os cidadãos do mundo e entristece-me que alguns sejam enaltecidos quando contribuem para a riqueza nacional e apontados quando tentam apenas ser eles próprios. A descriminação pode ter muitas formas, até sob o pretexto de minaretes ofensivos ao panorama arquitectónico nacional. Se calhar, a nossa doença é só uma: bipolaridade. E até essa se trata, desde que assumamos que a temos.

2 comentários:

José Ricardo Costa disse...

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Media/Interior.aspx?content_id=1436965

JR

lira disse...

Caro JR,

esse é mais um exemplo de discriminação, mas não vejo que se compare ao "Caso Minarete" (para lhe dar um nome giro). Embora acuse o toque à minha faceta feminista, parece-me que este tipo de descriminação se inclui dentro de um mesmo contexto cultural, que essas mulheres também partilham.