quarta-feira, 19 de março de 2008
A menina do papá
Dou por mim a perceber que cresci. Sim, só agora e em processo muito lento. Logo eu que queria para sempre aconchegar-me debaixo do braço do paizinho e ao olhar para dentro só vejo a mesma miúda. Ao que parece esse tempo passou de vez e confirmo-o no reflexo dos olhos dos outros, quando não esperam outra coisa que a postura de uma mulher. Porque já nem sequer se questiona o ser ou não ser. Então porque será que continuo a precisar desesperadamente de colo, que me aconcheguem os cobertores, de fazer birra por um chocolate e brincar no jardim? Isto de ser crescida e emancipada tem a sua piada, mas é só fachada.
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