Um dia destes deu uma reportagem na TV sobre os benefícios de se fazer o belo do xixi no duche, no sentido de poupar a água do autoclismo. Dizia a maltinha entrevistada que isso era nojento! "Alguma vez? Que horror! Vou agora fazer xixi enquanto tomo banho...!"
Eu apraz-me dizer como o outro "Quem nunca fez um xixi no duche que atire a primeira pedra". Quer dizer... fazê-lo no mar e nadar na própria mijadelazinha quentinha, até não está mal... mas no duche enquanto corre a água e vai tudo ralo abaixo já não!
Eu acho piada ao pudor das pessoas. A sério que acho. É tão medíocre e tão claro para o que de mais hipócrita há no íntimo de cada um, tão revelador face às coisas que realmente importam.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Já chegou!
Cá está ele. Escolhi o Miró.
O meu sling para transportar a baby girl, peitinho com peitinho, que é como se quer. Agora é que me vou pavonear em passeatas!
Fica aqui um obrigada à malta do Bebéboom pela atenção, amabilidade, paciência e rapidez.
Stand by
Paira uma dormência estranha, desconhecida. Apalpam-se, por isso mesmo, as reacções na sincera esperança de as saber ler correctamente e depois dar-lhes resposta. E que resposta? E para quando? O enevoado é ténue e o que parece pode não ser ou o que não é pode parecer. Daí a espera, que é mais seguro ficar no canto a observar até que tudo clareie e saibamos onde pisamos. Até porque, no fundo, é ensurdecedor o medo do irreversível, de não se voltar a alcançar aquilo que era. Tal e qual. E se assim for... como será? E querer-se-á? Aguardam-se as cenas dos próximos capítulos, a espreitar atrás do sofá que o desfecho pode ser menos duro ao corpo que ao coração.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Notícias
"Um colégio australiano proibiu os abraços e as demonstrações de afecto entre alunos de sexos diferentes. A ideia é dar um bom exemplo aos estudantes mais jovens" (Destak, 21/10/2009). E que belo exemplo...
sábado, 17 de outubro de 2009
Estado de deslumbramento
Podia aqui dissertar sobre os mais variados aspectos da Maternidade, desfazer-me em declarações lamechas e inúmeras descrições delicodoces desta aventura que é o puerpério, entre os pormenores da amamentação e a libertação sanguinolenta dos chamados lóquios. Os lugares comuns seriam certos, embora inteiramente válidos, diga-se. Importa que se assinale, sim, a imensa aventura que é ser mãe ou pai. Que se exaltem pequenos detalhes como meros sorrisos instintivos que derretem, encostar o ouvido e certificarmo-nos que respira, horas de contemplação de um rosto, o constante lamber da cria e a contínua surpresa: como é possível que algo assim tenha saído de mim, em tamanha perfeição, sem o mínimo esforço. Ainda hoje não acredito muito bem. Só sei do prazer de olhar nuns olhos inocentes e dependentes em sôfrega sucção, da análise de cada padrão de comportamento e de um coração inquieto na mínima ausência para ir à cozinha. Serão absolutamente vãs quaisquer tentativas de descrever o que é tudo isto, por mais banal e questionável que possa parecer. No meu fundo está a certeza de que nenhuma mulher será plena sem saber, algum dia, o que é este estado. O que é ter um ser a crescer dentro de si, fazê-lo nascer e sentir todas estas aparentes trivialidades. “Quem faz um filho, fá-lo por gosto”, pari-lo e criá-lo também. Não há outra forma.
I have confidence in sunshine I have confidence in rain
O meu vício desde miúda.
A minha música preferida:
A minha música preferida:
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Let's talk about sex, baby
Num dos zappings diários que pratico com afinco despertou-me a atenção um programa inteiramente sobre sexo, com a senhora dona Oprah. Geralmente, este tipo de assuntos são aflorados pela apresentadora - bem como pelos americanos, em geral - com grande conservadorismo. No entanto, este, em particular, não foi bem assim. Tanto que, como pude constatar em dias seguintes, vários outros programas sobre a mesma temática se seguiram, orientados por uma senhora de nome Laura Breman. Esta sim, sem papas na língua a dar uma lição sem tangas àquela mancha de menstruadas. Sim, porque para serem mulheres falta-lhes o fundamental: conhecerem-se enquanto tal.
Falava-se de como obter prazer, na importância de conhecermos o corpo, de não ter problemas em dizer "vagina", "vulva" e "masturbação". Afinal qual é o problema? Até aqui tudo bem... a audiência ria-se e pasmava-se com tal à vontade, mas sempre assimilava qualquer coisa que, eventualmente, poderá pôr em prática. O problema começa quando a senhora Breman refere a importância de se falar de sexo com os nossos filhos, nomeadamente sobre masturbação. Ora, aqui, fica tudo perplexo - perplexa fiquei eu por ver que a Oprah não ficou perplexa.
Para meu espanto as mães sugeriam que se encontrasse, pelo menos, uma palavra alternativa para masturbação! Muitas delas manifestaram total desagrado, profundamente ofendidas com aquele tipo de abordagem, abusiva e fora de questão. Para elas, é óbvio que será incutir ainda mais a sexualidade nas crianças, levando-as a comportamentos obscenos e de risco cada vez mais cedo.
Eu pergunto o que se passará na cabeça destas mulheres, em pleno século XXI. Ao que parece existem mesmo assuntos fortemente repressivos pela sociedade em geral e, até mesmo, no seio das nossas famílias. Mulheres a quem foram incutidas ideias de pecado no que ao sexo diz respeito, com certeza não irão ter a abertura mental necessária para fazer o oposto com as filhas. Aceito. Mas esse esforço, a intenção de mudança passa exactamente por elas!
Para mim é óbvio que se passe precisamente o contrário: quanto maior a informação, maior a preparação, maior o conhecimento sobre nós próprios, o nosso corpo, auto-estima e respeito. Faz-me lembrar a história do aborto, quando algumas mentes brilhantes garantiam que a legalização levaria a abortos a toda a hora. A minha mãe nunca me falou sobre masturbação. Mas deveria tê-lo feito e de uma forma, perfeitamente natural. Tudo o que é tabu ou se fala com rodeios e vergonhas não dá bom resultado. Eu descobri-o por mim própria bastante tarde, constantemente a pensar que seria errado, absurdo ou bizarro, exactamente por falta de informação. Descobri o que era um orgasmo muito antes de saber o que era auto-estimulação, quase por engano, e com alguns riscos contracepcionais pelo meio. Felizmente, outros princípios educacionais que recebi alicerçaram bem o respeito por mim própria e a ideia de que o prazer é algo bom e natural. Indirectamente canalizei tudo isto para o que seria a masturbação e lá me convenci que deveria ser da mesma via.
Falar com os filhos sobre sexo assim de forma tão directa pode ser complicado, mas, para mim, faz todo o sentido. Desde explicar exactamente e com os termos certos o que é fazer sexo e a reprodução, à masturbação, prevenção da concepção e DST's. Mais ainda, entender que mesmo sendo crianças e jovens, sentem desejo tal como os adultos. É apenas a vivência da sexualidade que vai mudando, com conotações que vão variando consoante a maturidade etária e sexual. As primeiras experiências não têm idade fixa, por mais que os pais o queiram. Dizer "não o podes fazer", não resulta.
A mudança de mentalidades passa pela conversa, pela informação, pela coragem de ouvir e falar. Por um futuro com adultos mais conscientes e confiantes, porque viver a sexualidade em plenitude também é ser feliz.
Falava-se de como obter prazer, na importância de conhecermos o corpo, de não ter problemas em dizer "vagina", "vulva" e "masturbação". Afinal qual é o problema? Até aqui tudo bem... a audiência ria-se e pasmava-se com tal à vontade, mas sempre assimilava qualquer coisa que, eventualmente, poderá pôr em prática. O problema começa quando a senhora Breman refere a importância de se falar de sexo com os nossos filhos, nomeadamente sobre masturbação. Ora, aqui, fica tudo perplexo - perplexa fiquei eu por ver que a Oprah não ficou perplexa.
Para meu espanto as mães sugeriam que se encontrasse, pelo menos, uma palavra alternativa para masturbação! Muitas delas manifestaram total desagrado, profundamente ofendidas com aquele tipo de abordagem, abusiva e fora de questão. Para elas, é óbvio que será incutir ainda mais a sexualidade nas crianças, levando-as a comportamentos obscenos e de risco cada vez mais cedo.
Eu pergunto o que se passará na cabeça destas mulheres, em pleno século XXI. Ao que parece existem mesmo assuntos fortemente repressivos pela sociedade em geral e, até mesmo, no seio das nossas famílias. Mulheres a quem foram incutidas ideias de pecado no que ao sexo diz respeito, com certeza não irão ter a abertura mental necessária para fazer o oposto com as filhas. Aceito. Mas esse esforço, a intenção de mudança passa exactamente por elas!
Para mim é óbvio que se passe precisamente o contrário: quanto maior a informação, maior a preparação, maior o conhecimento sobre nós próprios, o nosso corpo, auto-estima e respeito. Faz-me lembrar a história do aborto, quando algumas mentes brilhantes garantiam que a legalização levaria a abortos a toda a hora. A minha mãe nunca me falou sobre masturbação. Mas deveria tê-lo feito e de uma forma, perfeitamente natural. Tudo o que é tabu ou se fala com rodeios e vergonhas não dá bom resultado. Eu descobri-o por mim própria bastante tarde, constantemente a pensar que seria errado, absurdo ou bizarro, exactamente por falta de informação. Descobri o que era um orgasmo muito antes de saber o que era auto-estimulação, quase por engano, e com alguns riscos contracepcionais pelo meio. Felizmente, outros princípios educacionais que recebi alicerçaram bem o respeito por mim própria e a ideia de que o prazer é algo bom e natural. Indirectamente canalizei tudo isto para o que seria a masturbação e lá me convenci que deveria ser da mesma via.
Falar com os filhos sobre sexo assim de forma tão directa pode ser complicado, mas, para mim, faz todo o sentido. Desde explicar exactamente e com os termos certos o que é fazer sexo e a reprodução, à masturbação, prevenção da concepção e DST's. Mais ainda, entender que mesmo sendo crianças e jovens, sentem desejo tal como os adultos. É apenas a vivência da sexualidade que vai mudando, com conotações que vão variando consoante a maturidade etária e sexual. As primeiras experiências não têm idade fixa, por mais que os pais o queiram. Dizer "não o podes fazer", não resulta.
A mudança de mentalidades passa pela conversa, pela informação, pela coragem de ouvir e falar. Por um futuro com adultos mais conscientes e confiantes, porque viver a sexualidade em plenitude também é ser feliz.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
Brumas
Sempre tive um fascínio pela lenda do Rei Artur, especialmente a contada pela Marion Zimmer Bradley, com todo o encantamento que lhe envolve. Gosto da ideia da supremacia das sacerdotisas, do poder supremo da Senhora do Lago, uma mulher, e da forte oposição exercida pela recente religião católica empenhada no extermínio dos rituais pagãos. Esses sim, fazem-me sentido. Ainda hoje as tradições católicas estão carregadas de paganismo, apenas disfarçadas com balelas de santos e cristos, criteriosamente criadas para dissimular as mentes.
Li todos os livros da saga "As Brumas de Avalon". São todos geniais, a meu ver, embora envolvam um misticismo que não deve agradar a todos. Mas foi por isso mesmo que os devorei, e fui lendo outros da mesma autora, sempre à volta do mesmo tema. A supremacia da mulher, a exaltação da sua sagacidade e poder de criação, a magia, as tragédias, as paixões, a exaltação da natureza e os rituais carregados de sexualidade.
Numa outra vida devo ter vivido numa época assim, ainda que num mundo de fantasia. Entre mantos e feitiços, comunidades de espirituais feministas, aérea, intensa em exaltações ao sol em Stonehenge.
Li todos os livros da saga "As Brumas de Avalon". São todos geniais, a meu ver, embora envolvam um misticismo que não deve agradar a todos. Mas foi por isso mesmo que os devorei, e fui lendo outros da mesma autora, sempre à volta do mesmo tema. A supremacia da mulher, a exaltação da sua sagacidade e poder de criação, a magia, as tragédias, as paixões, a exaltação da natureza e os rituais carregados de sexualidade.
Numa outra vida devo ter vivido numa época assim, ainda que num mundo de fantasia. Entre mantos e feitiços, comunidades de espirituais feministas, aérea, intensa em exaltações ao sol em Stonehenge.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Interrompemos a emissão por breves instantes
Tempo. Tempo. Tempo. Não tenho. Não tenho. Não tenho.
São surreais estes dias, melhor que pastilhame para a carola! Mas é doooocccceeee, caramba!
Um dia destes - também eu - esmiuçarei aqui o estado de deslumbramento.
São surreais estes dias, melhor que pastilhame para a carola! Mas é doooocccceeee, caramba!
Um dia destes - também eu - esmiuçarei aqui o estado de deslumbramento.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Insónia
Estou exausta! Isto de não se saber que caminho se há-de seguir tem que se lhe diga. Acabam-se as noites de sono tranquilo e embora se adormeça nos mesmos dois segundos que antigamente, o escuro é povoado de pesadelos: autênticos cenários labirínticos onde sou abandonada sem a mínima possibilidade de dar com a saída porque estou cega. Os olhos granulados pela cegueira e pelo desespero não me deixam ter a certeza de quem te faz companhia, mas cheiro a presença de outro corpo que se mistura com o teu cheiro que já conheço. E rebolo horas sem fim. Acordo-te às 5h da manhã para te perguntar "estás a dormir?", evidentemente que estás e evidentemente que eu devia manter-me sossegadinha do meu lado da cama, do lado esquerdo da linha imaginária que devia separar-nos, pelo menos por uns tempos. Mas é mais forte do que eu e chegas-te a mim para me abraçares nesse abraço que dás como ninguém, como quem diz que vai ficar tudo bem. O problema é que nem tu sabes. Nem eu. Nem ninguém. O tempo saberá? Pobre tempo, que deliberadamente encho de responsabilidades na resolução de tudo e mais alguma coisa. Eu acho que ele também está cansado. Mas continuo a responsabilizá-lo porque, coitado, ele não se queixa.
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