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Primavera, Botticelli
Vai Clóris pelo prado às flores inata,
Branca na brisa, veemente nas verduras,
Mostrando as cores que, no ovo de prata,
Da primeira manhã se uniram puras.
A luz a leva. De Abril festas flamíneas
Espalha seu curso de floridas pernas;
De andorinhas, cerejas e glicínias
Vai remoçando satisfações eternas.
Tempo de amor que ao chão arranca a rosa
E aves nos ramos musical desperta,
Ovário onde a semente jubilosa
Do incorruptível infunde a Primavera.
Natália Correia
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