terça-feira, 11 de março de 2008

Sobre Ella


Georgia on my mind, Ella Fitzgerald

Ella, pudesse eu dizer-te o bem que me fazes quando te oiço. Soubesse eu explicar o que me provocas, que vai por dentro do meu fundo à superfície da minha pele, de cada pêlo que se levanta, por cada nota que te sai da garganta. Dóis-me e é um doer que sabe bem, que liberta, que quando partilhado parece mais leve, como um Babel que custa, por ser arrancado a sangue frio. E como toda a dor toca o prazer, soltas-me nas melodias que crias, como se me embalasses num conto para dormir, ao mesmo tempo que me excitas os sentidos, numa viagem alucinogénia. Há uma ligeireza contagiante que relaxa e aquece, como a força e a imensa alegria que dás por puro altruismo.

Pudesse eu, e dir-te-ia que cada grave é uma golfada de oxigénio e que sem ti não viveria.

Sem comentários: