Ajoelho e peço perdão. Confesso que me falta coragem, que finjo não me importar para não me chatear. Confesso que as palavras me saem atabalhoadas quando preciso de me justificar, não digo metade do que queria e sai-me a ira pelas bochechas afogueadas. Confesso que me resigno e sou uma patega porque isso desequilibra o meu espírito zen, que afinal acaba por virar o caos dentro do saco que começa a encher. Confesso que sou pouco meticulosa, que sei despachar melhor do que ser criteriosa nos processos. Confesso que não tenho paciência para o que custa e dou um jeito de desenrascar pelo atalho. Confesso que arrisco a resposta sem ter a certeza e que no meio da rapidez de execução vou deixando cair migalhas. Confesso que nunca vou deixar de dormir por uma tarefa inacabada e confesso que vou sempre esticar uma escapadela até ao limite e esquecer o picar do ponto. É bom que nosso senhor me perdoe as fraquezas que eu cá prefiro ajoelhar por propósitos bem mais deliciosos, enquanto vou…
…aperfeiçoando o imperfeito
dando um tempo, dando um jeito
desprezando a perfeição
que a perfeição é uma meta
defendida pelo goleiro que joga na selecção
e eu não sou Pelé nem nada
se muito for eu sou um Tostão!
Meio de Campo, Gilberto Gil
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