Desapego. Felizmente, não tenho sofrido muito com a(s) mudança(s) de ninho. Desta vez não será diferente. Se bem que um formigueirozinho, algo desconcertante, enquanto me despeço daquele espaço. Reanimo situações vividas noutros tempos e o coração desata a ficar pequenino e triste.
Espaço em que fui mais eu, em que me descobri, paredes que contam histórias de descobertas. Entre o choro e o riso. Mesmo assim, desapego. Ao que é material. Encara-se a mudança apenas como mais uma. Um passo em frente, rumo ao não-sei-o-quê do futuro. Incerto. De imagens pouco nítidas. Um dia depois do outro, apenas.
.
E permaneço apegada ao desapego às coisas como atenuante da dor.
Cozinha da Casa de Manhufe, Amadeo de Souza-Cardoso (1913)
Sem comentários:
Enviar um comentário