quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Silenciosamente cúmplices

Hoje a senhora que arrumava as telas, a quem perguntei por molduras, tinha os olhos encharcados de lágrimas. Eu vi, ela viu que eu vi. Eu limitei-me a ouvir a resposta, agradeci e segui a minha vida. Não me ocorreu sequer uma palavra de conforto ou perguntar se se sentia bem... Isolei-me na concha do egoísmo, na frieza das realidades impessoais. Não sei se por respeito, se por medo, se por indiferença, se por cobardia. Fi-lo. E no momento seguinte tive vontade de voltar atrás. No tempo.

1 comentário:

Branca disse...

Já me aconteceu querer elogiar um gesto, e não o fazer, talvez pela vergonha de elogiar estranhos, arrepender-me no mesmo minuto e voltar atrás para o fazer.

Acho que isto é muito cultural. Sermos reservados, respeitadores da privacidade alheia, de pouca impulsividade (os tais brandos costumes)... Mesmo que cá dentro fiquemos a remoer...

Às vezes também penso nestas coisas.. gostei do post!