O Tecido do Outono, Catarina ou o Sabor da Maçã e O Riso de Deus [um dos livros da minha vida], por ordem cronológica de leitura. Qualquer deles, livros de escrita simples e ao mesmo tempo tão complexa porque cheia de afectos e sensibilidades.
O eu é deixado a nú sem despudor de dele se deixarem às claras as alegrias e tristezas, as angústias, as excitações e os voyeurismos, os amores que não seriam bem vistos mas que mesmo assim Alçada Baptista concretiza [como o de Francisco com a sobrinha Mónica em O Riso de Deus, que o escritor deixou irem para além das conversas e concretizar toda aquela ternura num beijo], o choro e o riso...
Obrigada ao escritor que me ajudou a ficar em paz comigo.
"Tudo me leva a crer que as marcações que nos deram para o desempenho da vida passam ao lado do caminho por onde os nossos afectos poderiam fluir conforme o que está inscrito no mapa oculto do ser humano. Pressinto que continuamos fora do essencial e que as razões das circunstâncias - que, muitas vezes, são poderosas e reais - só servem para nos afastar dos enigmas que estão à frente das coisas e que nos caberia decifrar. Por, algumas vezes, até parece que a simplicidade emana do andamento da vida e que bastaria um pequeno gesto de espírito para passarmos para o lado de lá de tantas incomodidades que nos fazem viver como se tivéssemos calçado dois números abaixo da forma da alma." [O Riso de Deus, p. 13]
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