Os homens têm fases. Tenho-os observado. Provavelmente, as mulheres também, mas nos homens parece mais evidente.
A adolescência é descoberta, faz-se de experiências, de frenesim meio alucinado, passam para o estágio seguinte ainda em estado de anestesia e quando se dão conta estão estagnados num marasmo quotidiano que pouco lhes traz da loucura dos anos anteriores. Aí param e olham em redor. Têm duas opções: aceitam que a vida mudou e seguem caminho, dão a volta à questão e agarram-se às partes boas ou então não. Ou então, deixam-se embalar nos impulsos, deliciam-se com novidades, com desafios, loucuras, vão ao ginásio, ouvem outra música, galanteiam outras mulheres, com o charme discreto que amadureceram, usam ténis.
Não sei o que lhes sinto. Ousar mudar depende sempre do quão importante é aquilo que passa a ficar no passado. Cumprindo essa certeza em sensatez, qualquer uma das opções é um acto de coragem: manter ou mudar.
Se não se adormecessem os sentidos, talvez nunca surgisse sequer a insatisfação.
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1 comentário:
Nao sei se é mais nos homens, mas concordo que a insatisfacao vem desse estado anestesiado em que parece que as decisoes tomadas nao sao conscientes.
Talvez tomassem as mesmas decisoes e se encontrassem no mesmo sítio se tivesse sido consciente. Mas assim sentem-se defraudados.
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