Pontualmente uma árvore de ouro
nasce onde o sémen do homem
e o curso de água feminino
se fundem e as sombras se somem.
Verdura dos olhos de Anaíta
por nossas carícias semeada
que passeios de tílias nas cidades
para a pureza do encontro guarda.
Anaíta que a raiz do homem
na terra da mulher prepara
e as extremidades do mundo
num ramo de amor ata.
Anaíta que as árvores conhecem
por seu nome próprio de mirtos
e como risos as aves voam
seu fresco bater de cílios.
Matrona que à cabeça traz
a abismada bilha nos espaços
pomo celeste que se destila
no alambique dos afagos.
Anca do mundo requebrada
estrela que guarda em seu lenço
os beijos com que sopramos
a nossa bolha de silêncio.
Ouvido que o crescer dos abetos
no bosque da cópula escuta.
Mulher! oh rito de Anaíta
mistério de ser virgem e puta.
Natália Correia in Mátria
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário