segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Em digressão pelas Américas...
Já não falta muito. Além disso, estou cá bem. Não custa esperar pelo voo, embora às vezes pareça que não há meio de chegar a hora. Nem sei bem o que vou lá fazer: conhecer, viver mais, pôr à prova a autonomia, o desenrasca. Mas volto, prometo! Que eu até posso ser do mundo, mas o que eu sou mesmo é daqui. Do campo que é este país quando comparado com a imensidão do sul das américas. Sou daqui. De perto dos que quero bem e que a mim me querem ao alcance de um abraço a qualquer hora. Podem lá os telefone e toda a aparelhagem internáutica encurtar distâncias... Ainda por cima se levo comigo todas as resistências que sempre tive à novidade tecnológica. Sozinha? Até pode ser, mas já esteleci aí um contactozito que é capaz de não se fazer rogado a pôr a mochila às costas e partir para estas descobertas e, se ainda nos conhecermos por essa altura, talvez possamos propor-nos escrever aí umas peças para piano a quatro mãos. Daquelas que ficam guardadas no segredo dos deuses, naquelas caixas secretíssimas que se escondem debaixo da cama ou no fundo dos armários, e que a descendência só descobre muitos anos depois, quando já o pó e os bichos tudo comeram, menos as memórias dos que por lá passaram. Não, a minha caixa de segredos há-de ser para partilhar com eles, com os mais pequenos, para que saibam quem fui, onde vivi, quando me descobri, com quem me partilhei, com quem não me quis partilhar e porquê... Vai ser giro revolver ao serão as memórias em voz alta, responder a inquiridores curiosos, ali mesmo junto à braseira. Com a casa cheia!
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