domingo, 3 de fevereiro de 2008

[Sem título]

E depois há os espíritos livres, que quando se vêem fechados começam a sufocar e têm que sair dali para fora. Uma claustrofobia do sentir que genuinamente sabem que não conseguem contornar a não ser experimentando outros sentimentos noutro sítio com outras pessoas. Já deixaram de sair a correr, conscientes, hoje, do mal que podem fazer a quem fica por mais alguns instantes. Usam passinhos de lã que acreditam serem menos cruéis. E sofrem. Sofrem sempre que têm que sair, tanto mais quanto um dia sentiram que era ali que pertenciam. De vez em quando o olhar fica triste e distante, perdido no mundo que se construiu e que aos poucos irá ruir. Saboreiam-se as memórias, lembram-se cheiros, situações. Agradece-se por se ter podido um dia viver a história mais bonita. Pede-se perdão pela tristeza que se causa. E diz-se baixinho, porque estes dizeres magoam, que será melhor assim...

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