segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Anais, Anais...
Henry and June, Philip Kaufman
Esbarrei neste filme sem querer, há uns dias atrás. Numa noite solitária e de insónias. Fiquei presa pelo sussurrar das palavras, pelas cenas à média luz, pela sensualidade da história, dos espaços, das personagens e dos sons. Uma vida boémia meio utópica meio selvagem, carregada de intensidade, na intenção de mostrar as sensações e as emoções ao extremo. A devassidão sem pudores, porque é extremamente bela.
Este trio é delicioso pelas relações quase obsessivas entre cada um deles e a forma como esses dilemas são retratados.
Sonhei nessa noite que deambulava pelas ruas de Paris, qual Anais, à procura do meu Henry que tardava a chegar, o amor da minha vida, por quem me apaixonei perdidamente fisica e intelectualmente. Senti-me tão quente e inspirada que acordei.
Acho que numa outra vida pintei os lábios de vermelho, penteei o cabelo às ondinhas e fumei cigarros enquanto, em tertulias, declamava poemas e bebia vinho tinto.
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