Pessoal, digam o que quiserem, gozem-me até ao suspiro derradeiro, façam de mim motivo de chacota por muitos e longos anos e até que a morte nos separe, mas adorei o filme. Foi qualquer coisa como primeiro estranha-se, depois entranha-se. Ok, há cenas que são uma piroseira desgraçada, mas até disso gostei. E a verdade é que ainda tive que limpar uma ou duas lagrimitas teimosas. Adoro a Meryl Streep. O Pierce faz-me náuseas [valeu-lhe a barba por fazer e o ar tosco quando abria a boca para cantar um dos hits]. Os dois juntos formaram uma boa dupla, disso não há dúvidas. Não, não é um filme para discutir por intelectuais ou intelectualóides, nem sequer pelos amantes da ficção científica ou das infindáveis perseguições dos melhores policiais. Mas quando uma sala de cinema reúne para cima de uma centena [ou menos] de espectadores que riem a bandeiras despregadas, genuinamente alegres durante 108min, que trauteiam todas as saudosas canções e no fim desatam a bater palmas, é porque o filme tem alguma coisa de bom! A mim fez-me cócegas cá dentro, fez-me o coração pular e jurei que antes que Nosso Senhor me leve, hei-de ir às ilhas gregas. Mas, mais do que isso, inquietou-me. Simplesmente porque me apercebo de que ainda não distingo o sonho da realidade. Revejo-me nas personagens e, por momentos quero ser a Donna Sheridan [também já quis ser a Mrs. Dalloway]. A verdade é que ainda não caibo dentro de mim e por isso sonho e realidade confundem-se constantemente. Porque quero provar a mim mesma que sou mais do que aquilo que pareço e isso mais do que reflectir que a viagem da descoberta está longe de terminar, mostra que está difícil aceitar-me como sou. E surgem as dúvidas sobre o que quero ser quando for grande. Opto por deixar pairar a imagem do Villa Donna [mesmo a cair aos bocados], nos braços daquele imenso e profundo azul. Quem me dera um sonho premonitório que deslindasse a realidade de amanhã... E para banda sonora desta noite temos:
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