domingo, 9 de agosto de 2009

Fazes-me falta


Eu sei que me andas a rondar. Precisava de ti agora, mais do que nunca e tu sabes isso. Quando, aparentemente, tudo está, mais ou menos, calejado, chegam-nos estas surpresas para mostrar que nunca nada vai estar definitivamente sarado. Vai chegar uma terceira parte de nós e sinto-nos perdidamente incompletas. Falta-me a âncora para entender uma parte de mim, que também é tua. Falta-me que estejas, só. Há um papel que me é pedido, aquele que é o teu e que eu precisava que me ensinasses. Melhor ou pior, não interessa. Também nós duas teremos lutas, tal como nós duas tivemos, mas seremos, da mesma forma, uma mesma carne, de um mesmo sexo. A prolongar-te. Faz-me impressão que me estejas tão longe, às vezes como se não tivesses existido e fizesses parte de um sonho marcante que nunca esqueci. Pareces irreal, embora ainda te sinta o cheiro. Sabes, culpo-me porque a estou a obrigar a viver sem ti. Porque tu és essencial e farias a vida dela mais feliz. Não te esqueças de ir aparecendo, como da última vez. Vou tentar lembrar-me do mesmo truque: pensar sempre que ainda vai ser pior, até que acaba e afinal não custa.

Fazes-me tanta falta.

4 comentários:

Branca disse...

Ía escrever que tenho a certeza que serás uma bela mãmã, mas corrijo porque já o és. Muitos beijos

lira disse...

:) Um grande beijo, querida Branca!

leo disse...

"Ninar" as cicatrizes. Sao elas que nos fazem. Gostava de saber escrever assim. Um abraco apertado, tenho pena de nao te ver.
Couscous

lira disse...

Leo! Tens que me ensinar a "ninar" as cicatrizes... É bom estares por perto.