Coincidência ou não, para não quebrar o tema, eis que me deparo com o post da amiga ruralita, a propósito de uns pareceres desta senhora e desta acerca da amamentação.
Devo dizer que me faz urticaria aquelas mãezinhas extremosas que não sabem falar de outra coisa a não ser dos filhos, comparando gracinhas, desenvolvimentos e cuidados que provocam o vómito a qualquer não-mãe. A partir do momento em que parem o rebento transformam-se em super-mulheres, deusas do Olimpo que tudo fazem para proporcionar um crescimento perfeito ao seu descendente. Irrita-me. Que pequenez reduzir o interesse da vida a um ser, só porque delas saiu. Cheira-me a um certo narcisismo escondido e cada vez mais acho que o acto/decisão de ter uma criança passa muito por egoísmo de autocentrados. No fundo não passa de competição e pavor de serem adjectivadas de más mães, ou pouco atenciosas, ou dedicadas, ou sem vocação para o efeito. Parece que hoje em dia é isso que se nos pede, a nós mulheres. Que sejamos super no trabalho, em casa, no ginásio, na rua e na cama.
Espero não vir a cair nesta espécie de feitiço (nunca se sabe...!), mas também espero não abdicar de amamentar a minha criança. Lamechas, conservador, fundamentalista ou não, parece-me que é o primeiro momento de contacto com a nossa criança. O primeiro acto de partilha, de "estou aqui para o que precisares, vai ser duro, mas vou contigo". Isso eu não creio que seja de perder, só porque dói ou porque o semblante de mulher independente e alheia a mariquices não se pode perder.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
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1 comentário:
Pois claro que é importante e bonito. E nao acho que choque com nenhum semblante de mulher independente, se é que isso dos semblantes interessa a alguém...
O que nao ha é saco para os julgamentos das maes modelo. Que isto cada um sabe de si, ora bolas, e da sua prole...
beijinhos rurais
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