terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Balanço

Mais uma noite de Natal e tudo se mantém. A tradição ainda é o que era! Se calhar devia ser mesmo "só mais uma noite", talvez o dar-lhe tanta importância seja o nosso maior erro porque, contas feitas, fica (quase) tudo aquém das expectativas criadas. O "é desta" substitui-se, poucas horas passadas sobre os primeiros minutos destas reuniões de condóminos, pelo "pode ser que para o ano seja melhor". "Seja melhor" igual a mais genuíno, menos à laia de encontro de sincera confraternização com direito àqueles abraços de pancadinhas nas costas entre pais, filhos, primos, tios, sobrinhos, irmãos e os mais que de tão amigos se juntam também à festa. É curioso como é que continua a insistir-se nestes encontros uma ou duas vezes por ano em que a malta se junta toda e se exagera nos abraços e nas palavras. Estou em crer que para algumas pessoas há palavras que só nesta altura do ano saltam para fora do dicionário. Mais, há-de haver aí muito boa gente que ano após ano, aí uma ou duas semanas antes das noites da consoada e do reveillon, anda com um dicionário de bolso na mala ou na algibeira para nas horas livres ir relembrando o significado das palavras que todos sabemos que fica bem empregar em tais circunstâncias. Daí até vestir a pele de "família feliz" é um instantinho. E depois, afinal, conversa-se pouco, come-se e bebe-se muito e desculpa-se o apressar da chegada do fim da noite com o mal que podem fazer às criancinhas os minutos ansiosos pelo rasgar dos embrulhos que o pai natal deixou no sapatinho. Mas pronto, isso ainda é o melhor, ao menos eles são verdadeiros (diabinhos nas apreciações): "o quê, um par de meias outra vez?!", "um livro?!", "fogo! mais roupa?! eu não te pedi aquele jogo de wrestling para a playstation?". E é isto! Abrem-se os presentes a toda a velocidade e num abrir e fechar de olhos está tudo em fila indiana à espera da partida, largada, fugida e do adeus, até ao meu regresso!

Amanhã uma parte deles há-de voltar para dar conta dos excessos de comida que restam. E podiam voltar no dia seguinte e no outro e no outro porque a estupidez é sempre tanta que isto congelado dava-nos para almoços e jantares durante um mês.

O balanço? Igual a sempre, sem melhorias à vista!

Feliz Natal!

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