Há músicas que nos vêm de dentro. Acho mesmo que cada fase da minha vida tem uma banda sonora associada. Cada situação remete para determinada sensação, história, memória e, por conseguinte, música. Às vezes são apenas pequenos acordes de uma música que, no geral, nem me diz assim tanto, mas aquela parte, aquela nota, aquele silêncio ou aquela voz arrepia-me.
Se chove preciso de um chá, da mantinha e de um Rufus Wainwright. Se faz sol e calor preciso de alças finas e de Clã. Em dias de cólera os Ornatos fazem milagres e nas noites que puxam ao calor da pele nada melhor que Nouvelle Vague (também com bons resultados em estados meditativos). Pelos menos nos tempos que correm. Daqui a outros tempos funcionarão outros que tais em tantas outras situações!
Disseram-me um dia que a música é o meu método mais eficaz de relaxe. E é-o, sem dúvida. E pode mudar o meu comportamento, estado de espírito, opinião, decisão. Que volubilidade, bem sei... Mas vejo-o mais como terapêutico, porque me ajuda a contrariar o que não quero em mim ou a realçar o que preciso de despertar.
Esta é uma delas. Como diria a Tori Amos, "she's one of my best friends of all the songs". Assim que começam a surgir os primeiros acordes, começo eu a sentir um formigueiro crescente do mais feminino, sensual e poderoso que há em mim.
Para dias de uma mulher segura, independente, que sabe o que vale e que diz: "Que se foda! Hoje vou ser quem eu sou."
A cada passo confiante pela rua é isto que se ouve.
Supafacial, Coldfinger
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