sexta-feira, 25 de abril de 2008

34 anos depois

Que seja cliché, que seja previsível e banal. É bonito demais para não se evocar, relembrar e ouvir esta força que às vezes nos falta.

Amanhã lá estarei. Na marcha para não esquecer o que, graças a tais vozes, não vivi.



É de murta e de mar a tua voz
Com algas de canção estrangulada.
Aberta a concha da trova malsofrida
Saíste como sai a madrugada
Da noite, virginal e humedecida.

É de vinho e de pinho a tua voz
Com pranto de insofríveis flores banidas.
Mas é pela tua garganta que soltamos
As eriçadas aves proibidas
Que no muro do medo desenhamos.

Zeca Afonso: trovador da voz d'ouro insubmisso, Natália Correia

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