quinta-feira, 3 de abril de 2008

Feliz Primavera!

Aproveito as good vibes do sol e da chegada de uma das minhas estações do ano favoritas. Se a cabeça começar a fazer das suas e a fechar-me em pensamentos circulares que me sufocam, pouso-a sobre a mesa de trabalho, sussurro-lhe que descanse em paz por uns tempos e saio de fininho para um passeio sem destino. Na mala levo uma cuidada selecção musical, um livro de domingo à tarde, uma braçada de flores amarelas do quintal da vizinha, um lápis de carvão, um bloco de notas. Descanso o corpo na margem do rio. Ponho as pernas à chinês, fecho os olhos e respiro fundo, abandono o mundo à minha volta e revisito os anos que já lá vão, sorrio porque o balanço é positivo. Deixo-me viajar por terras que não conheço e reparo que não perdi a capacidade de me deslumbrar. Volto a sorrir. Páro no cimo da montanha mais alta e tenho um bocadinho de medo, medo de ter um coração eternamente viajante. Logo fujo destes pensamentos porque hoje resolvi dar-me umas tréguas. Aproximo-me do bloco de notas e esboço futuras primaveras. Avalio o resultado: não me saí nada mal! Continuo viagem, páro à beira-mar, dispo-me de convenções sociais, de preconceitos, tiro a roupa, mergulho e abro os olhos debaixo de água, volto a ser criança, sento-me de corpo molhado na areia, faço um castelo à minha maneira, espero duas ou três ondas para ver o que acontece, aproximam-se apenas, o castelo fica intacto... É bom sinal!

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