sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Do que se podia ter dito mais...

É óbvio que ficam sempre coisas por dizer. Mas o silêncio cortante do interlocutor impede uma boa clarificação das ideias e sempre que vamos para dizer alguma coisa o pensamento bloqueia, o que queríamos dizer mantem-se atrás dos dentes e só sai um "nada, não ia a dizer nada..." e perdem-se oportunidades para contar novidades da semana caótica, porque cheia de emoções fortes. E depois nunca sabemos se lhe apetece ouvir-nos. De nos abraçar desconfiamos que ainda ali haja uma réstia de vontade, de nos beijar, quem sabe, agora de nos ouvir... De falar, então, nem se fala. Não se ouve um pio. Acho que o olhar fixo, embora breve, cumpre a máxima de que o silêncio vale mais que mil palavras mas, e se incorremos em romanceadas interpretações [aqui não resisto a uma chamada de atenção mesmo na mouche, muito bom!] que, afinal, acabam por ser puramente alheias da realidade? Voltam a criar-se expectativas de voos mais altos e depois catrapumbas, lá ficamos outra vez estatelados cá em baixo. O melhor é esperar mais um pouco por próximos carnavais. E do que se disse depois do adeus muito ficou ainda por dizer, muito talvez não, mas uma coisa ou outra importante. Pode ser que para a próxima o interlocutor esteja mais disponível...

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