sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Do vinho e da lira
Pois que outra coisa não poderia ser senão vinho. Tanto mais que não toca, não canta. A música entrou na sua vida faz tempo, pela janela da sala do fundo, o escritório, da casa de campo num dia de Outono, enquanto esboçava os primeiros esquissos de uma história de amor ao mesmo tempo que tomava um copo do elixir da vida e vagueava lentamente com o imaginário pela imensa floresta que se erguia lá fora e que todos os dias podia ver à sua frente. À média luz, sempre à média luz, pois que quem é vinho não se atreve a aumentar a claridade com medo que lhe roubem a essência, lhe descubram a capa com que se cobre e se deixem ver as olheiras fundas, fruto do cansaço de viver. Melancólica. [Uma pessoa bonita, dizem alguns]. Por isso, a lira a completa com o seu brilho natural, aquela alegria de quem irrompe pela casa ao sábado de manhã com um saco cheio de vegetais e fruta colorida e uma mão cheia de flores que podiam ter sido acabadas de apanhar no jardim da casa ao lado. Qual frescura! [Obrigada...]
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário