terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Vai e vem...

Lá vais tu outra vez... Foi sempre assim: tenho-te aos bocadinhos. Há mais de 12 anos que tento habituar-me a este sermos-só-de-vez-em-quando. Ao princípio foi difícil, nem sabes quanto te senti a falta. Uns anos depois comprei um escudo para fazer frente ao exército da tua ausência e, mal ou bem, tem-me dado jeito. Talvez devesse perdoar de uma vez por todas e sossegar esta revolta com um abraço, mas de cada vez que te chegas o mais que consigo é dar-te umas palmadinhas nas costas, mesmo ao jeito daqueles abraços sensaborões que me irritam profundamente. Desculpa! Mas acho que vivo desiludida pelo rumo que a vida podia ter seguido e não seguiu, pelo que podíamos ter feito juntos e não fizemos. E agora parece-me tarde demais. Ao mesmo tempo sinto que passo a vida a crucificar-te pelo que queria que fosses e não foste e já és mais um bocadinho, mas ainda não completamente, mas também talvez nunca sejas e não tem mal nenhum... Quantas pessoas das que gostamos são como gostaríamos que fossem? Prometo esforçar-me por te tirar um pouco do peso que sei que carregas nas costas pelo que tu também querias ter sido... Pode ser que na próxima temporada já tenha a coisa mais resolvida, por agora é tudo o que posso dizer-te. Podia dizer-te também que hoje sinto um aperto no peito porque já te vais embora outra vez. Mas isso não digo.

Sem comentários: